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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Sem controle

Incêndio próximo a rio assusta pescadores no Pantanal (MT)

O vídeo e imagens foram feitas por pescadores em Cáceres (MT), no início da noite de sábado (15), na margem do rio Paraguai; a região já registra recorde histórico de queimadas, com perda de 10% do território no ano | Foto: Divulgação.

Postado em 20 de agosto de 2020 por Nielton Soares
Incêndio próximo a rio assusta pescadores no Pantanal (MT)
O vídeo e imagens foram feitas por pescadores em Cáceres (MT)

Nielton Soares

Um grupo de pescadores foram
surpreendidos com um incêndio às margens do Rio Paraguai, em Cáceres (MT), no
início da noite de sábado (15). O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) registrou 4,2 mil focos de queimadas de janeiro a julho.

A quantidade já é o maior da
séria histórica, iniciada em 1998. De acordo com o instituto, os incêndios na
zona pantaneira saltaram 240% este ano, e o bioma já perdeu cerca de 10% de sua
área.

“Foi muito triste e
desesperador ver tudo isso. Estou sem chão ainda. Só quem está vendo de perto
para ter noção”, conta a pescadora Enilza Silva, que estava presente
quando o fogo se alastrou pela mata.

Rio comprometido

O grupo desenvolvia uma atividade
na região, onde possui uma base de apoio localizada em um rancho nas
proximidades. Segundo eles, chegam a pescar durante 5 a 7 dias ou até atingir a
cota máxima permitida, que é de 125 kg de peixes por pessoa, por semana.

Os pescadores relatam que
ultimamente não estão conseguindo atingir essa cota. “O rio já está quase
atingindo a maior baixa dos últimos 50 anos. E no mês de fevereiro ocorreu um
fenômeno chamado decoada exatamente porque o rio não encheu o suficiente, o que
causa a decomposição de matéria orgânica, como folhas e galhos. Isso tira o
oxigênio da água, matando muitos peixes no rio. E ainda tem o
assoreamento”, explica Joari Costa de Arruda, professor da Universidade do
Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

O professor é especialista em
biodiversidade e biotecnologia e atua no projeto “Corredor ecológico,
econômico e cultural do Rio Paraguai” junto a pescadores e comunidades
ribeirinhas da região. “Este ano não está favorável para o rio e para quem
depende dele para tirar o sustento da família”, lamenta o pesquisador.

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Incêndio assusta pescadores no Pantanal (MT) .

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