Vazamento em barragem da Gerdau afeta dois cursos d’água em MG
Técnicos da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) está apurando a dimensão do prejuízo ambiental | Foto: Reprodução.
Dois cursos d’água foram afetados
pelo vazamento de resíduos armazenados em uma barragem pertencente ao grupo
Gerdau, em Ouro Preto, na região central de Minas Gerais. Segundo a empresa, o
acidente ocorreu na manhã do dia 28 de agosto.
Técnicos da Fundação Estadual do
Meio Ambiente (Feam) verificaram que o material poluente, composto por água e
rejeitos de minério de ferro, verteu da Barragem de Alemães e atingiu o córrego
dos Alemães e o Ribeirão Mango, na altura do distrito de Miguel Burnier.
Até a manhã desta quarta-feira
(2), nem o volume de material que vazou, nem uma estimativa sobre a quantidade
de resíduos que pode ter chegado aos cursos d´água tinham sido divulgados.
Especialistas estão avaliando se parte do sedimento mineral se acumulou no
fundo e nas margens do córrego ou do ribeirão.
Em nota, a Feam informou que está
apurando a dimensão do prejuízo ambiental, e que irá autuar a Gerdau. Segundo a
fundação, a empresa, assim que identificou o vazamento, adotou medidas que o
interromperam na tarde do dia 28. Somente no dia seguinte (29), técnicos do
Núcleo de Emergência Ambiental da Feam inspecionaram o local. A barragem, no
entanto, tinha sido vistoriada dois dias antes do vazamento, garante a Feam.
Amostras de água e de sedimentos
foram recolhidas do Ribeirão Mango e do Rio Itabirito. Ontem (1º), técnicos da
Feam estiveram em comunidades próximas à barragem a fim de apurar a extensão
dos danos causados pelo vazamento.
Gerdau
Em nota, a Gerdau informou que a
dispersão do “pequeno volume de rejeitos”, que passou pelo extravasor
operacional da Barragem dos Alemães, foi rapidamente contida graças ao uso de
bóias e informada aos órgãos competentes.
Ainda segundo a empresa, o
vazamento não tem qualquer relação com a estrutura ou segurança do
empreendimento. “A Gerdau reforça que segue rigorosamente toda legislação
ambiental e de segurança da estrutura. A empresa está alocando todos os
recursos necessários para a identificação de eventuais impactos, inclusive a
limpeza dos resíduos, se necessário”.
De acordo com a Feam, a Barragem
de Alemães é uma das estruturas existentes em Minas Gerais que devem ser
descaracterizadas por não mais se enquadrar nos novos critérios de
funcionamento.
Pela Lei estadual nº 23.291/2019,
os responsáveis por barragens de contenção de rejeitos ou resíduos alteadas
pelo método a montante, que estejam inativas ou em operação, deverão
descaracterizá-las até fevereiro de 2022. Alemães é uma dessas estruturas
alteadas pelo método de montante e, segundo a fundação estadual, seu projeto de
descaracterização já foi apresentado às autoridades ambientais. (Agência Brasil)