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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
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BRT Norte-Sul

Obras na Praça do Trabalhador mudam a paisagem urbana ao lado da Estação Ferroviária

BRT e continuação da Leste-Oeste devem alterar paisagem urbana no Centro| Foto: Wesley Costa

Postado em 3 de setembro de 2020 por Sheyla Sousa
Obras na Praça do Trabalhador mudam a paisagem urbana ao lado da Estação Ferroviária
BRT e continuação da Leste-Oeste devem alterar paisagem urbana no Centro| Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

Obras viárias começam a mudar o traçado dos cartões postais de Goiânia. Na Praça do Trabalhador, a via do BRT Norte-Sul que passa pela Avenida Goiás, está sendo pavimentada e mudou a paisagem urbana ao lado da Estação Ferroviária. Algumas árvores foram arrancadas para dar lugar à pista do BRT que fará a ligação da saída do Terminal Rodoviário à Avenida Independência, em Goiânia. A continuação da Avenida Leste-Oeste deve seguir o tramo da antiga ferrovia e passará entre a Estação Ferroviária e a Praça do Trabalhador.

A pista da Avenida Leste-Oeste seguirá o leito da antiga estrada de ferro de Goiânia. A via deve sair do seu tramo oeste na interseção com a Rua 74, no Centro, passando entre a antiga Estação Ferroviária e entre a Praça do Trabalhador e a Rua 67-A. A partir daí, deve seguir até encontrar a Avenida das Cerâmicas, na divisa com o município da Senador Canedo.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), Dolzonan Mattos, o trecho da obra do BRT que passa pela Praça do Trabalhador será entregue junto com a revitalização do espaço, com calçadas táteis, iluminação pública e jardinagem. Mônica Gonçalves passa pela Praça do Trabalhador quase diariamente e tem notado as mudanças que obra trouxe ao local. “Mudou e ainda deve mudar mais, mas acredito que essas mudanças vão melhorar o fluxo de trânsito da cidade”, afirma.

O trecho da Avenida Goiás, entre a Avenida Independência e a Rua 68 deve continuar interditado por mais 35 dias. As obras na Avenida foram paralisadas em abril, por interferência do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas o Ministério Público Federal recomendou que os serviços fossem retomados. O corredor e a rede de drenagem na via estão em execução.

Desvios

Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito Transportes e Mobilidade de Goiânia (SMT), o motorista que segue pela Avenida Goiás, no sentido Praça Cívica/Rodoviária, ao chegar na Av. Paranaíba, terá de desviar o trajeto para a Rua 74 e retomar pela Avenida Independência, ou ir para a Avenida Oeste em direção à Goiás Norte.

O tráfego que segue pela Rua 55, no sentido Estádio Olímpico/ Parque Mutirama, terá o transito desviado para a Rua 72 até à Avenida Independência e depois deverá retomar a circulação pela Rua 55. Quem segue pela Rua 79, no sentido Parque Mutirama/Estádio Olímpico sofrerá desvio para a Rua 68 e vai trafegar pela Praça do Trabalhador até retomar a circulação pela Avenida Goiás, que no sentido Norte/Sul não sofrerá alteração no trânsito.

Iphan pede mudança para continuação das obras 

Após interferência do Ministério Público Federal, Iphan decidiu voltar atrás na suspensão das obras do BRT e autoriza a volta dos trabalhos entre o cruzamento da Avenida Goiás com a Avenida Independência até a Praça Cívica. Os serviços começaram pela Avenida Independência e ainda não chegaram à Torre do Relógio, no início da Avenida Goiás. Como condição para dar continuidade à obra, o Iphan solicita a mudança do método de compactação da via.

O rolo compactador tipo “pé de carneiro” ou outro maquinário que gere a mesma vibração não poderá mais ser usado. Segundo o órgão, a utilização de máquinas estava gerando danos à Torre do Relógio, localizada no início da Avenida Goiás. As obras foram retomadas no fim do último mês

Ainda no primeiro semestre deste ano o Iphan pediu a suspensão as obras do corredor exclusivo entre a Rua 1 e a Praça Cívica, para evitar danos à Torre do Relógio, parte integrante do acervo de Art Déco da Capital, tombado pelo Instituto. Em março deste ano a Secretaria Municipal de Infraestruturas e Serviços Públicos de Goiânia (Seinfra) cumpriu a medida e suspendeu as obras no referido texto.

No mês seguinte, em abril, o Iphan oficiou a ampliação do trecho com obras suspensas na Avenida Goiás, no trecho entre o cruzamento com a Avenida Independência até a Praça Cívica. As obras do BRT neste trecho foram retomadas semana passada.

A Seinfra informou ao MPF no dia 10 de agosto sobre a determinação do Iphan em paralisar as obras do BRT na Avenida Goiás no trecho entre a Rua 1 e a Praça Cívica, no dia 16 de janeiro deste ano, para evitar danos à Torre do Relógio, causado por trepidações dos maquinários pesados utilizados nos trabalhos.

No documento oficiado ao órgão de fiscalização, a Seinfra afirma que foi realizada reunião entre a equipe técnica da Seinfra, a direção do Iphan e representantes da empresa contratada para tentarem encontrar alguma alternativa para a execução da base do corredor sem causar riscos ao monumento. Em resposta ao documento enviado ao MPF, o órgão federal pediu que o Instituto revise ou se abstenha da decisão de suspensão da obra.

Licenciamento ambiental

Além disso, o MPF afirmou que apesar de o município já possuir o licenciamento ambiental e de patrimônio histórico para a obra desde 2015, em janeiro deste ano o Iphan insistiu em determinar a paralisação total dos serviços na Avenida Goiás, com a justificativa de suposta necessidade de observância de medidas de natureza cultural e arqueológica.

O procurador da República Helio Telho, responsável pelo caso, pediu informações ao Iphan, que encaminhou ao MPF uma nota técnica apontando a existência de danos à Torre do Relógio causados por falta de manutenção do monumento. A nota técnica enviada pelo Instituto também aponta que o avanço das obras do BRT poderia agravar os problemas do bem tombado. O documento, no entanto, não especificou relação causal entre as obras e os danos na Torre do Relógio.

De acordo com o MPF, a única parte da nota técnica enviada pelo Iphan que indica um fato da obra constatado, não cita a obra de arte ou o projeto. Ela se refere apenas ao método construtivo usado na execução da obra e cita um determinado compactador do solo que causaria vibrações no terreno e nas edificações próximas. Esse fato não justificaria a paralisação da obra, segundo o órgão federal. No entanto, outras estruturas que compõem acervo de Arte Déco, como o Coreto, também estão na proximidade da obra do BRT. (Especial para O Hoje) 

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