Pesquisadores citados no plano de vacinação entregue ao STF afirmaram não terem sido consultados
Em nota assinada por 36 profissionais, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19″disse que o texto “não lhes foi apresentado” | Foto: reprodução
Nathan Sampaio
Logo após o anuncio e divulgação da entrega do plano de vacinação de covid-19 ao STF, feito pelo governo na noite deste sábado (12/12), 36 cientistas divulgaram uma nota em que dizem não terem sido consultados sobre o documento. Na resposta, os pesquisadores que são listados no plano, como colaboradores, disseram que o material não foi apresentado previamente e não obteve a anuência dos integrantes do grupo. O plano do governo encaminhado ao Supremo consta os nomes de cerca de 150 cientistas como colaboradores.
No Twitter, A professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), epidemiologista e pesquisadora do CNPq que teve seu nome incluído no plano, postou sua “indignação”. Ela diz: “Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!”. Confira no link.
Já na nota dos 36 profissionais, eles dizem, entre outras partes, que “o grupo técnico assessor foi surpreendido no dia 12 de dezembro de 2020 pelos veículos de imprensa que anunciaram o envio do Plano Nacional de Vacinação da COVID-19 pelo Ministério da Saúde ao STF. Nos causou surpresa e estranheza que o documento no qual constam os nomes dos pesquisadores deste grupo técnico não nos foi apresentado anteriormente e não obteve nossa anuência”.
Além disso, os cientistas solicitam, ainda, que o governo abra negociações para a aquisição de outras vacinas que atendam a requisitos de eficácia, segurança e qualidade. Afinal, na nota, o grupo afirmou que haviam solicitado uma reunião sobre o plano e manifestado preocupação pela retirada do planejamento “de grupos prioritários” e pela “não inclusão de todas as vacinas disponíveis que se mostrarem seguras e eficazes”.
Os detalhes do plano de vacinação contra convite entregue ao STF pode ser conferido aqui.