O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

terça-feira, 26 de novembro de 2024
PublicidadePublicidade
Cidades

Trânsito trava a 10km/h em vários pontos de Goiânia

Nestas condições fica mais rápido andar em Goiânia de bicicleta do que de carro | Foto: Wesley Costa

Postado em 14 de dezembro de 2020 por Sheyla Sousa
Trânsito trava a 10km/h em vários pontos de Goiânia
Nestas condições fica mais rápido andar em Goiânia de bicicleta do que de carro | Foto: Wesley Costa

Igor Caldas

De acordo com dados de aplicativos de mobilidade, a velocidade média de veículos nos horários de pico em algumas ruas e avenidas de maior fluxo em Goiânia não chegam a 10 quilômetros por hora. Em algumas dessas avenidas, mesmo em horário de fluxo normal de trânsito, o tráfego é lento. Nestas condições, é mais rápido andar de bicicleta do que de carro. A velocidade média modal da bicicleta na cidade é estimada em 16 quilômetros por hora de acordo com o portal Mobilize Brasil.

Usando um aplicativo de mobilidade, a equipe de reportagem do Jornal O Hoje usou os menores valores de velocidade média nos trechos de 12 vias que apresentaram lentidão no trânsito entre as 17h30 e 18h. Calculando a média desses valores, chega-se a 9,5 quilômetros por hora. As vias usadas como referência para o cálculo foram a Rua 83, Avenida Anhanguera, Marginal Botafogo, Avenida Castelo Branco, Avenida Independência, Rua 44, Avenida do Contorno, Avenida 85, Avenida Goiás, Rua 82, Rua Dra. Dona Gercina Borges, Avenida 1º Radial.

Algumas dessas vias apresentaram trânsito lento, mesmo fora do horário de pico. Na última quinta-feira (10), às 15h30, a velocidade média estava marcada em 12 quilômetros por hora em todo trecho entre o córrego Cascavel e a Praça Walter Santos. Na região da Praça Cívica, o trânsito também é lento fora do horário de pico. No mesmo dia e horário, a via que circunda a principal praça do Centro de Goiânia, Rua 82, marcava velocidade de 18 quilômetros por hora no aplicativo de mobilidade. A Avenida Anhanguera, no trecho entre a Avenida República do Líbano e a Marginal Botafogo, a velocidade média era de 10 quilômetros por hora.

No mesmo dia e horário, trechos da Avenida 85 também apresentavam lentidão. De acordo com a Secretaria Municipal de Trânsito Transporte e Mobilidade (SMT), os trechos que apresentam lentidão de trânsito na Capital são recorrentes. A pasta aponta as vias de grande fluxo como as mais problemáticas na questão de mobilidade. São elas: Avenida Castelo Branco, Avenida 85, vias perpendiculares à e que circundam a Praça Cívica, Região da 44.

Frota

Um levantamento feito por uma empresa de motoristas de aplicativo ranqueou o tempo de viagens nas cidades onde as corridas sofrem mais atrasos causados por congestionamentos. De acordo com o estudo, Goiânia ocupa a quarta posição na lista das 30 cidades apresentadas no levantamento. A Capital fica atrás apenas de Niterói, Recife e Porto Alegre e superou grandes metrópoles como Salvador, Belém, São Paulo e Rio de Janeiro.

Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) levantados pela equipe do jornal O Hoje revelam que há mais de 1,25 milhão de veículos registrados na Capital. Com uma média de quase um carro por habitante, Goiânia tem hoje a sexta maior frota de veículos do País. De acordo com estimativas do Detran cerca de um milhão de veículos entre carros, caminhões, motos, carretas, entre outros, circulam pela cidade diariamente. A alta circulação de carros afeta diretamente no aumento dos congestionamentos.

Para a arquiteta, urbanista e doutora em transportes, Erika Cristine Kneib, a baixa fluidez no trânsito está associada ao excesso de uso de automóveis e por sua vez, está relacionada à quantidade de vias na cidade. Segundo ela, a melhoria do transporte coletivo diminuiria veículos nas ruas, melhorando a mobilidade da Capital.

Erika Kneib elogia o Plano Diretor de Goiânia de 2007 que prevê uma série de obras para o transporte público. O documento está sendo revisado pela Câmara Municipal de Goiânia. “A proposta do Plano Diretor de 2007 é muito positiva no fortalecimento do Transporte Público e a revisão que está sendo feita continua com esse planejamento”. No entanto, alega que nos mais de 12 anos que estão entre a aprovação e atual revisão do Plano Diretor, pouco do que foi pensado teve implementação.

“O grande problema é que o planejamento existe, mas implementou-se pouco do que foi planejado”. Ela garante que de todos os corredores de ônibus e ciclovias presentes no mapa do Plano Diretor de 2007, apenas 15% pode ter saído do papel. “Muito do que foi planejado ainda precisa ser implementado e tem que estar articulado com o todo. Não dá para brotar uma obra nova que não está no contexto da cidade”.

Obras também contribuem para travar o trânsito 

Outro fator que tem deixado o trânsito mais lento em Goiânia é a quantidade de obras viárias sendo executadas ao mesmo tempo na cidade. De acordo com a SMT, os trechos afetados pelas obras viárias e de pavimentação asfáltica também apresentam lentidão no trânsito. As regiões mais afetadas pelas obras estão justamente na parte mais movimentada da cidade: A região Centro-Sul.

No Centro, por exemplo, motoristas sofrem com as interdições na Avenida Goiás para a construção do BRT Norte-Sul. Outro local de congestionamento intenso gerado pelas intervenções viárias na cidade é causado pela intervenção viária no Viaduto da Avenida Jamel Cecílio que ocorre desde setembro do último ano. Depois de concluída, a Avenida Jamel Cecílio vai passar pelo elevado sobre toda a obra; no nível da Alameda Leopoldo de Bulhões será construída a rotatória; e a Marginal Botafogo passará em trincheira por baixo de tudo.

A Prefeitura de Goiânia anunciou que a liberação do tráfego do viaduto pode acontecer antes do Natal. Até lá, os motoristas que queiram passar pelo local terão que desviar por ruas estreitas que não comportam o trânsito e apresentam lentidão, como a Rua 1018. O monumento de uma “mão” dedilhando um violão que seria erguido no viaduto também foi substituído. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Obras, a substituição vai acontecer devido à qualidade do solo, que acabaria por aumentar muito o custo da obra.

De acordo com o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Dolzonan da Cunha Mattos, a instalação do monumento anteriormente pensado – estrutura em forma de mão dedilhando um violão – demandaria fundação e estrutura muito robustas, acarretando um custo altíssimo para a obra, fator que tornou o monumento inviável. (Especial para O Hoje) 

Menores velocidades médias entre as 17h30 e 18h

Rua 83 – 6 km/h

Avenida Anhanguera – 11k/h

Marginal Botafogo 15km/h

Castelo Branco 8km/h

Avenida Independência 6km/h

Rua 44 – 10km/h

Avenida do Contorno 7 km/h

Avenida 85 – 9 km/h

Avenida Goiás – 6km/h

Rua 82 – 17km/h

Rua Dra. Dona Gercina Borges – 7 km/h

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também