HGG dará início a cirurgias para pessoas intersexuais
O paciente ou responsáveis deverão procurar a rede básica e pedirem encaminhamento para o Ambulatório de Intersexualidade do HGG, utilizando o CID Q56 – Sexo indeterminado e pseudo-hermafroditismo – Foto: Divulgação
Igor Afonso
O Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) iniciará no próximo
sábado (6) as cirurgias para pessoas intersexuais. Desvios de desenvolvimento
dos órgãos sexuais, ou intersexo, são condições em que há discordâncias entre
algum dos fatores determinantes do sexo. O HGG presta um serviço
multidisciplinar para as pessoas de intersexo, sendo este inédito no Estado de
Goiás.
Ambas serão cirurgias de correção de genitália ambígua. Os
procedimentos serão realizados por uma equipe formada pelas médicas do HGG
Margareth Giglio, que é a coordenadora do serviço na unidade, e Eliane Ribeiro,
e pelos médicos Marcelo Soares e João Lino Franco, que atuarão nessas cirurgias
de forma voluntária.
O ambulatório funciona às sextas-feiras, com atendimento de
pacientes encaminhados da rede básica de Goiás. Para ser direcionado à unidade,
o paciente ou os seus responsáveis deverão procurar a rede básica e pedirem
para serem encaminhados para o Ambulatório de Intersexualidade do HGG,
utilizando o CID Q56 – Sexo indeterminado e pseudo-hermafroditismo.
De acordo com a coordenadora do serviço no HGG, Margareth
Giglio, o atendimento a essa população requer uma equipe multiprofissional
composta por endocrinologista, ginecologista, cirurgiões, psicólogos, entre
outros. “Em Goiânia não havia nenhum serviço específico para o atendimento
destes pacientes e, desde que eles começaram a surgir no HGG, muitas vezes
encaminhados aos ambulatórios de especialidades, foi criado o Ambulatório de
Intersexualidade, a partir da estruturação da equipe multidisciplinar para o
atendimento da transexualidade. A equipe multidisciplinar é comum aos
atendimentos dos pacientes de intersexo e trans”, comenta .
Atualmente, o serviço atende cerca de 15 pacientes e destes,
quatro aguardam por cirurgia. “Eles estão aguardando cirurgias para
correção de genitália ambígua, que nem sempre é possível total correção apenas
em um procedimento cirúrgico. Muitos necessitam de vários procedimentos, até se
obter uma genitália externa funcional”, explica.