Ahpaceg e Imas devem firmar acordo para garantir o atendimento aos usuários
Instituto alegou que dificuldades enfrentadas pelos associados é consequência da “redução unilateral de cotas de atendimento pelo Imas”, que vêm inviabilizando a continuidade da prestação de serviços aos usuários | Foto: reprodução
Da Redação
A diretoria e associados da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) reuniram-se nesta sexta-feira (12/02), pela manhã com o presidente Adriano Valotto e representantes do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). O encontro, na sede da Ahpaceg, resultou em um avanço no diálogo entre os associados e o instituto.
A Ahpaceg relatou que as dificuldades enfrentadas pelos associados com a redução unilateral de cotas de atendimento pelo Imas vêm inviabilizando a continuidade da prestação de serviços aos 83 mil usuários do instituto. O Imas também falou sobre dificuldades encontradas no órgão pela atual gestão e disse que está reorganizando as cotas.
No fim do encontro, foi aprovada a elaboração de um protocolo de intenções a ser assinado entre associados da Ahpaceg e o Imas para garantir a continuidade do atendimento. Diante disso, o atendimento segue de acordo com as cotas definidas para cada prestador.
Entenda
A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) havia informado nesta quinta-feira (11) que os hospitais e demais instituições de saúde associados iniciam hoje a suspensão gradual do atendimento aos usuários do Instituto Municipal de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais de Goiânia (Imas). O Imas tem cerca de 82 mil usuários, sendo considerado o terceiro maior plano de saúde do Estado.
De acordo com a Ahpaceg, as instituições estão sendo obrigadas a esse corte no atendimento devido a recentes decisões do órgão, como a definição unilateral e sem comunicado prévio de cotas de pacientes, o que caracteriza uma clara violação do contrato firmado com os prestadores de serviços de saúde. A Associação pontua ainda que a limitação pelo Imas do número de pacientes que pode ser atendido e o corte de pagamento quando as cotas estabelecidas unilateralmente são extrapoladas para o atendimento aos usuários colocam em sério risco o equilíbrio financeiro das instituições de saúde, inviabilizando a continuidade da assistência a quem depende do instituto.
Sobre a paralisação dos atendimentos, o porta-voz da Ahpaceg, Nelcivone Soares de Melo afirmou, em entrevista ao jornal O Hoje, que não existe a escolha por um tipo de atendimento em específico. Os atendimentos estão vinculados a disponibilidade de cotas de cada hospital, o que significa que, se os estabelecimentos não tiverem mais cotas, não terão mais condições de atender.
Para ele, o usuário do Imas não pode ser penalizado por esse processo. “O servidor público sofre um desconto em folha e tem o direito de ser atendido. Quando a gestão estabelece um limite para esse servidor, fica difícil porque muitas vezes ele [o servidor] pode entender que esta é uma política do estabelecimento de saúde, quando na verdade, não é, é o Imas que não disponibiliza uma cota de saúde adequada e o usuário acaba sendo penalizado com a medida”, pontuou.
Divergência
No final da gestão anterior, o Instituto publicou um comunicado informando que, por meio de uma administração voltada para o resgate da credibilidade da instituição, conseguiu resultados satisfatórios, que permitiram o equilíbrio de contas, condição que considera primordial para a boa prestação dos serviços propostos aos seus usuários.
À ocasião, o então presidente do Instituto, José Alício de Mesquita, afirmou que o Imas estava com atrasos no pagamento dos prestadores de serviços, mas que, neste quadriênio foi realizada a redução do prazo de pagamento das faturas apresentadas pelos prestadores de serviço, cumprindo a previsão contratual.
Sobre a negociação, o porta-voz da Ahpaceg pontua que o caso é passível de negociação, e espera que a questão seja resolvida rapidamente, para que a negativa de atendimento seja solucionada, uma vez que pode chegar à suspensão total em alguns dos estabelecimentos. “Estamos aguardando um canal de negociação para resolver. O que não queremos é chegar esse momento de não atender as pessoas. E sim, que as cotas dos hospitais estejam adequadas a demanda de usuários. Hoje elas estão muito abaixo, tem hospitais que, com uma semana de atendimento já esgotou a quantidade de cotas disponíveis”, afirmou.