Estado divulga mapa com regiões críticas e padroniza medidas de combate a Covid-19
O governador Ronaldo Caiado (DEM) realizou videoconferência com prefeitos e lideranças para discutir medidas | Foto: Reprodução
Luan Monteiro
Em videoconferência nesta
quarta-feira (17/2), o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o secretário de Estado
da Saúde, Ismael Alexandrino, apresentaram um mapa de calor, que aponta em
quais regiões a incidência da Covid-19 está mais elevada.
A situação epidemiológica
será atualizada semanalmente no site SES. O debate sobre o agravamento da
pandemia em Goiás contou com a participação de prefeitos de todas as regiões do
Estado, representantes de entidades, dos poderes Legislativo e Judiciário e do
Fórum Empresarial.
“O momento é grave, não é de
omissão, nem de se acovardar”, afirmou Caiado, durante a reunião online. “É
afrontoso ver, neste momento, pessoas morrendo e outras festejando como se não
houvesse nada, como se não ampliassem a disseminação”,
destacou, ao se referir à realização de festas clandestinas durante o feriado
de Carnaval.
Caiado também foi enfático ao falar
sobre o estresse mental dos profissionais que lidam diretamente com a doença,
sobre as campanhas de conscientização e a respeito da imunização no Estado.
“Temos outra interrogação: pessoas que tomaram a primeira dose e não estão
voltando para tomar a segunda. Essa política tem que ser feita em cada
município pelo agente comunitário de saúde, nas rádios, convidando essas
pessoas”, sugeriu.
“Isto é de uma irresponsabilidade,
nós estaríamos jogando fora todo o esforço que fizemos para não sobrecarregar a
estrutura hospitalar no nosso Estado”, complementou o governador, ao cobrar
posturas mais contundentes dos líderes municipais.
O procurador-geral da Justiça,
Aylton Vechi, validou a liderança do Governo de Goiás para a execução de ações
coordenadas. “O norte está sendo dado pelo Estado. Não podemos atuar com ações
isoladas e individuais”, sustentou. Ele ainda se manifestou duramente contra os
gestores que permitem a vacinação de pessoas que não integram a lista de
prioridade do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde
(MS). “Quando isso não acontece, infelizmente sobra para o Ministério Público a
apuração desses casos, emblemáticos” e completou: “Quem está à frente de algum
cargo tem a responsabilidade de dar o devido tratamento para esta questão.”
Na mesma linha foram as pontuações
do chefe da Procuradoria da República em Goiás, Ailton Benedito de Souza. “Os
protocolos precisam ser cumpridos. Se não forem, fiscalização e punições são
necessárias para garantir a eficiência e a eficácia das medidas estabelecidas
pelas autoridades”, assinalou o representante do Ministério Público Federal.
Mapa
Para a formatação do mapa e
definição da gravidade de cada região, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
(SES-GO) levou em consideração seis indicadores, divididos da seguinte maneira:
velocidade de contágio no tempo (Rt); incidência de casos de síndrome
respiratória aguda grave (Srag) e variação de mortalidade por Covid-19, para
avaliar a aceleração do contágio; e as taxas de crescimento de solicitações de
leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI); de ocupação de leitos de UTI; e
de ocupação de leitos de enfermaria, públicos e privados, dedicados para
pacientes com Covid-19, para avaliar a sobrecarga do sistema de saúde.
Titular da SES-GO, Ismael
Alexandrino reforçou que os gestores municipais devem dar a devida atenção ao
mapa para adotar as providências recomendadas, descritas na nota técnica
emitida pela secretaria na última terça-feira (16/2). “Não se esquivem de tomar
decisão, não banalizem a vida com algum receio político ou de entidade de
classe”, ponderou. “Qualquer cidadão que banalizar a vida, a história jamais o
absolverá”, reiterou. Alexandrino também ressaltou que todos terão o apoio do
Governo de Goiás. “Se sintam encorajados e ombreados pelo Estado”.
De acordo com o documento divulgado
pela SES, as regiões estão divididas em três situações: alerta (amarelo),
crítica (laranja) ou calamidade (vermelho) A partir da classificação de cada
localidade, é possível que as prefeituras implementem medidas de combate e
controle do coronavírus, com procedimentos padronizados.
Situação
das regiões
O mapa de calor aponta que, por
enquanto, estão classificadas em situação de alerta a região Oeste II,
Pirineus, Serra da Mesa e Sudoeste I. Enquanto isso, as regiões Central, Centro
Sul, Entorno Norte, Nordeste I, Norte, Sudoeste II e Sul estão em momento
crítico. Em calamidade estão Entorno Sul, Estrada de Ferro, Nordeste II, Oeste
I, Rio Vermelho e Vale do São Patrício I e II.
Isso significa que deverão ser
seguidos os procedimentos padronizados, dispostos na nota técnica. Quando
classificada em situação de alerta, é permitido à região o funcionamento de
todas as atividades, exceto eventos com mais de 150 pessoas.
No caso de situação crítica,
deve-se reduzir a capacidade de atendimento em atividades de alto risco de
contaminação, como bares e instituições religiosas, ambos passam a ter
permissão para ocupar 30% da capacidade.
Já as atividades de baixo risco,
como salões de beleza, barbearias, shoppings e centros comerciais, ficam com o
limite de 50% de utilização. Eventos, transporte coletivo e outros setores
terão restrições específicas.
Já para os casos de calamidade, o
entendimento das autoridades em saúde é de que haja a interrupção de todas as
atividades, exceto supermercados e congêneres, farmácias, postos de combustível
e serviços de urgência e emergência em saúde.
A nota técnica define ainda que,
caso seja observado piora nos indicadores, cada região manterá as medidas
restritivas respectivas a cada situação por pelo menos 14 dias. As ações de
controle de contágio serão avaliadas pela Secretaria de Saúde semanalmente.
Ao explicar sobre a necessidade de
cumprimento das medidas, a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia
Amorim, citou que, apesar de Goiânia estar em situação de calamidade, cidades
menores, fora da região metropolitana, também apresentam alto grau de
contaminação. “Os municípios pequenos e que no ano passado não tiveram uma
grande evidência no número de casos estão em situação diferente agora”,
informou. “As providências não podem ter cunho político e nem demorar a serem
tomadas”, completou.