Maiara Dal Bosco

Com o período chuvoso típico desta época do ano em Goiânia, além da Covid-19, outras doenças virais preocupam as autoridades goianienses. Entre elas, a Febre Amarela e a Dengue. Em fevereiro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fez alertas à população no que tange à vacinação contra à doença, no caso da Febre Amarela, e das ações rotineiras de combate ao mosquito transmissor no caso da Dengue.

Com relação a Dengue, Goiânia registrou em 2020 16.132 casos da doença, sendo três óbitos. Em 2021, já foram notificados mais de 220 casos, sem óbitos até o momento. Neste cenário, os agentes de endemias estão realizando visitas domiciliares sem entrar nas residências por causa dos protocolos da Covid-19. O objetivo é orientar os moradores sobre como cuidar do interior dos seus imóveis no combate ao Aedes Aegypti.

De acordo com Izaías Ferreira, do Departamento de Zoonoses, são atitudes simples que controlam a proliferação do mosquito. “Orientamos sempre que as pessoas devem manter limpos os ralos, calhas, piscinas e caixas d’água, além de não deixar água nos pratinhos das plantas e retirar do quintal tudo que possa acumular água. Bastam alguns minutinhos por dia para que os criadouros sejam eliminados”, ressaltou.

Febre Amarela

Já no caso da Febre Amarela, a SMS, por meio da Diretoria de Vigilância e Controle das Zoonoses, alertou sobre o elevado risco de contaminação da doença em pessoas não vacinadas após terem sido identificados dez casos positivos da doença em macacos. Os animais, que não são transmissores, mas sentinelas da circulação do vírus causador da doença foram encontrados em seis distritos sanitários da Capital. A morte desses animais precede a ocorrência da doença em humanos, por isso vacinação se torna importante, principalmente nas regiões com circulação confirmada do vírus, bem como nas suas adjacências.

Em Goiânia, o último óbito por Febre Amarela em humanos foi registrado em 2016, caso sem histórico de viagem para regiões de matas. Diante do cenário, é fundamental intensificar as ações de controle e prevenção. A vacina contra a doença tem a primeira dose recomendada aos 9 meses de idade. Aos quatro anos, a criança recebe o reforço do imunizante.”A necessidade de vacinação se acentua ainda mais, pois o município de Goiânia vem registrando casos de febre amarela em macacos desde 26 de setembro de 2020 em várias regiões,” explica o gerente de Controle de Animais Sinantrópicos da SMS, Welington Tristão.

Orientação

Segundo o médico sanitarista Sérgio Zanetta, apesar de as duas doenças serem transmitidas por um vetor, elas têm abordagens diferentes. “No caso da dengue, as pessoas devem verificar as fontes que podem estar servindo de criadouros para o mosquito da dengue. Este é o principal processo de intervenção da doença, então as pessoas que já estão em casa, por conta da Covid-19, podem também aproveitar e fazer um checklist e verificar estes locais”, afirmou, pontuando que no controle da transmissão da doença basicamente o sucesso está em controlar o vetor.

 Sobre a febre amarela, o médico afirma que a doença pode ser muito grave “das pessoas que contraem [a doença], de 30% a 40% podem chegar à forma mais grave. Destas, até 20% podem falecer”, pontuou. Sérgio também ressalta a importância da vacinação. “É fundamental vacinar a população contra a doença. Tudo o que queríamos neste momento, tratando-se da Covid-19 era ter vacinas disponíveis em quantidade, assim como temos com a febre amarela, o que é uma vantagem. É preciso ouvir o alerta das autoridades, porque além do aumento da Covid-19, as outras doenças, como a Febre Amarela e a Dengue, não param de acontecer”, finalizou. (Especial para O Hoje)