Em sua melhor versão: Júlia Peixoto lança linha de maquiagem e narra a sua trajetória de conquistas
Hoje, com mais de um milhão de seguidores no Instagram, a influencer incentiva os seguidores a mudar de vida
Elysia Cardoso
Aos 20 anos, a jovem, que em sua biografia do Instagram empodera a pessoa que mora nos morros e favelas como a expressão ‘Favelada no Topo’ Júlia Peixoto dá mais um passo em sua carreira. A influencer com um milhão e meio de seguidores nas redes sociais acaba de lançar a sua própria coleção de maquiagem em parceria com a Face Beautiful e conversa com o Essência para dar mais detalhes sobre a novidade.
A influenciadora ainda tem muitos sonhos para realizar, mas, apesar da pouca idade, já tem algumas vitórias em sua caminhada. “Está sendo incrível é a realização de um sonho! Sensação de que eu consegui, me da ainda mais motivação pra correr atrás e conseguir realizar todos os meus sonhos”, conta Júlia, agora também empresária.
Peixoto sempre gostou muito de maquiagem, é algo presente na sua vida desde cedo. “A maquiagem tem o poder de melhorar nossa auto estima, de nós transformar! Eu costumo dizer que tenho duas faces, a sem maquiagem e a com maquiagem! Além disso acho que a maquiagem se torna cada vez mais importante na vida das pessoas, é algo que gera empregos e pode mudar a vida de alguém”, diz a jovem.
Nova realidade
Mesmo tão jovem e com várias conquistas, nem tudo foi fácil na trajetória de Júlia. Até pouco tempo atrás a carioca morava em uma comunidade. “Fui nascida e criada em Parada de Lucas. Nessa época, eu não tinha liberdade de ir e vir a hora que eu quisesse. Quando tinha um trabalho em uma favela de outra facção, eu não podia ir. Em 2014, a gente comprou uma casa fora da comunidade, na mesma direção, mas do lado de uma outra favela. Só que o tráfico passou a dominar o local. Há um ano eu e minha família estamos morando fora de favela. Minha qualidade de vida melhorou bastante“, contou ela.
Além do drama relacionado a sua moradia, Júlia enfrentou a depressão, momento bastante delicado em sua vida. “Em 2018 eu entrei em depressão, não tinha vontade de me arrumar, não tinha vontade de nada, foi uma fase bem difícil. Em 2019 eu perdi meu Instagram me vi sem meu meio de trabalho, comecei a ter crises de ansiedade e em decorrência disso ganhei muito peso, recebia diversas mensagens ruins, foi um momento bem difícil também”, relembra.
Julia conta que já foi vítima de preconceito por morar em favela. “Já fui chamada de favelada, já falaram que eu não tenho dinheiro para comprar roupa. Depois que fui fazer intercâmbio em Miami, questionaram como eu tinha dinheiro para ir para outro país, se eu tinha me prostituído ou estava namorando um traficante. Como se nós ( moradores de comunidade) não pudéssemos ter vitórias na vida”, comenta.
E com muita luta e representatividade, Júlia afirma que nunca negará as suas origens. Para jovens moradoras de comunidade que tem Julia como referência, ela dá um conselhos “Nunca desistam dos seus sonhos, corram atrás! O não nós já temos, então corram em busca do sim! Acredite em você, seja você e nunca perca sua essência”, finaliza. (Especial para O Hoje)