Vacinação pode atrasar por falta de insumos
Butantan anunciou a paralisação da produção da vacina | Foto: Reprodução
A falta de insumos para produção de vacinas contra a Covid-19 pode atrasar o cronograma de vacinação no Estado. O Instituto Butantan, que produz o imunizante Coronavac, anunciou a paralisação da produção por falta de matéria-prima. A escassez irá afetar diretamente o Estado, já que das 2,2 milhões doses de imunizantes recebidos em Goiás, 1,2 milhões era da Coronavac.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) para saber quais impactos essa medida irá gerar. Contudo, a pasta informou que, “como a suspensão é por falta de insumos”, foge da responsabilidade da SES analisar esse impacto. A Secretaria explica que recebe as vacinas do Ministério da Saúde (MS), que recebe de outros laboratórios.
O Butantan aguarda a liberação pelo governo chinês de um lote com 10 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para retomar a produção. No último mês, o Instituto já tinha suspendido o envase do imunizante na fábrica do Brasil, porém os setores de rotulagem e controle de qualidade ainda funcionavam para entregar as doses para o MS.
Esta é a terceira vez que o procedimento é paralisado por atrasos no recebimento. O Butantan é parceiro da Sinovac e responsável pela etapa final de produção da vacina. A fase consiste em envase, rotulagem e testes de qualidade. Estes atrasos recorrentes e adiamentos de prazo são vistos pelo instituto como uma consequência das declarações feitas pelo governo federal à China, fornecedor do insumo.
Troca de produção
Conforme informou o Instituto, até a chegada de novos lotes do IFA, os setores vão assumir a produção da vacina da gripe. O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirma que ainda não há previsão de quando a matéria-prima deve chegar. “Até o final da semana passada, havia a perspectiva de autorização de exportação [do IFA] no dia 13. Na reunião de hoje [com o laboratório Sinovac], vimos que essa previsão não vai se cumprir. Portanto, não temos data neste momento para essa autorização. Estamos aguardando, isso pode acontecer a qualquer momento, mas por enquanto não há essa previsão”, disse durante coletiva de imprensa.
Atualmente, a China fornece insumos para a produção da Coronavac e da vacina de Oxford, produzida pela FioCruz. Somente a CoronaVac corresponde a aproximadamente 75% das vacinas contra a Covid aplicadas no PNI.
Nova remessa
O governador Ronaldo Caiado anunciou a chegada de mais vacinas contra Covid-19 a Goiás. Nas redes sociais, o governador explica que são 62.250 doses da AstraZeneca para a aplicação em 2ª dose; e 69.600 da CoronaVac, também para a 2ª dose, conclusão dos esquemas incompletos ou continuidade da vacinação.
Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 1.104.663 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 557.580 pessoas. Esses dados são preliminares e coletados no site Localiza SUS do Ministério da Saúde.
Até a última atualização, eram 575.880 casos de Coronavírus 2019. Destes, há o registro de 548.529 pessoas recuperadas e 15.906 óbitos confirmados. No Estado, há 440.452 casos suspeitos em investigação. Já foram descartados 273.304 casos.
46 milhões de doses
Na última quarta (12), o Instituto encaminhou um novo carregamento contendo mais 1 milhão de doses da CoronaVac, a vacina contra a Covid-19 produzida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde. Com esse envio, o Butantan alcança a marca de 46,1 milhões de doses enviadas ao governo federal.
Dessa forma, o Instituto finaliza as entregas previstas no primeiro contrato firmado com o PNI, para o fornecimento de 46 milhões de doses, e já inicia o segundo contrato, para a produção de mais 54 milhões de doses da CoronaVac. (Especial para O Hoje)