Comércio eletrônico intensifica serviço de entrega
Gigantes como Magazine Luiza, Mercado Livre e Lojas Americanas têm investidos na estrutura física e pessoal
O Brasil avançou 10 posições no comércio digital no ano passado, ficando na 62º posição, no ranking que lista 152 países, segundo o Índice Mundial de Comércio Eletrônico da Unctad (Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento). Com esse crescimento, as gigantes do comércio eletrônico nacional vêm reforçando as estruturas física e de pessoal.
Para se ter ideia, Magazine Luiza (Magalu), Mercado Livre, Via e Lojas Americanas/B2W estão empenhadas na contratação dos melhores especialistas em estratégias eficientes para o setor de logística, no intuito de fazer chegar à mercadoria muito mais rápido ao cliente com custo mínimo.
Neste momento de pandemia da Covid-19, a estrutura de entrega (armazenagem e distribuição) tem se tornado crucial na fidelidade e conquista de novos consumidores, visando o aumento de compras feitas pela internet. A Magalu, por exemplo, já triplicou a quantidade de funcionários para esse setor. De acordo com o gerente de gestão de pessoas da empresa, Willian Miguel, para a empresa o que faz a diferença é a eficiência na logística. Isto para efetivar o slogan: “Piscou, chegou”.
Apenas neste ano, a varejista contratou 3.200 pessoas para trabalhar somente na área de logística, o dobro das contratações para o setor realizadas em 2020. Atualmente, na logística há 6.800 colaboradores, contra 2.200, de 2017. Já a estrutura física, ao final do primeiro trimestre deste ano, a companhia já somava 25 centros de distribuição (CDs) no país, sendo dois a mais em comparação a dezembro. Somado a isso, a empresa possui 37 estações de cross docking – pontos para preparar a mercadoria e nota fiscal.
Nesse contexto segue também a Via (antiga Via Varejo), proprietária das Casas Bahia e Ponto Frio. A companhia, atualmente, possui 28 centros de distribuição em todo o Brasil e utiliza as mais de 1 mil lojas físicas como mini-hubs (pontos de coleta logística). A empresa planeja para outubro deste ano o 29º centro de distribuição, que será inaugurado em Extrema (MG), cidade estratégica pelos incentivos fiscais e pela proximidade com São Paulo.
No quesito logística, no primeiro trimestre, a Via lançou o Envvias – plataforma de serviços logísticos para os “sellers”, como são chamados os vendedores parceiros. Nesses locais, são feitas as distribuições das entregas dos produtos dos comerciantes que são parceiros nos respectivos marketplaces – shoppings virtuais dessas grandes empresas, onde pequenos vendedores expõem e vendem os produtos.
O principal líder do comércio eletrônico na América Latina, o Mercado Livre, apontado pelo relatório da Unctad, anunciou no ano passado um investimento de R$ 4 bilhões no Brasil, sendo boa parte destinada exclusivamente para as operações de logística. Para este ano, a companhia prevê aplicar R$ 10 bilhões para alcançar mais regiões com entregas em até 48 horas. Em relação ao tempo, a Americanas informou que 44% das entregas são feitas em até 24 horas. E a Magalu tem registrado que 51% dos pedidos são realizados em 24h.
Acerca da quantidade de funcionários, o Mercado Livre, no Brasil, divulgou que contratou 3 mil funcionários e fechou 2020 com 4.969 empregados. Neste ano, a empresa prevê gerar 7.200 vagas no país (em todas as áreas, não apenas em logística), o que irá dobrar a quantidade de pessoal.
Já a B2W, que acaba de anunciar um acordo combinando as operações com as da sua controladora: as Lojas Americanas, destacou ter investido R$ 700 milhões em tecnologia e logística no ano passado. O que já vem sendo realizado desde 2018 e precisou ser intensificado neste período de pandemia. Naquele ano, as empresas do grupo já contavam com a Let´s (plataforma de gestão compartilhada dos ativos de logística e distribuição da Americanas e B2W).
No ano passado, a empresa inaugurou cinco centros de distribuição, alcançando 22 em 12 estados. E, além disso, parte das entregas é realizada pela Ame Flash – plataforma que conecta entregadores independentes (motos, bicicletas e outros modais), e soma mais de 25 mil parceiros, em 700 cidades.
8 mil motoristas
Uma pesquisa da Ebit|Nielsen mostra que o frete é essencial para a reputação da varejista, uma vez que apenas 5,9% dos consumidores que foram atendidos pelo serviço próprio, que não precisarem pagar nada pelo transporte da mercadoria, não apresentaram nenhum tipo de queixa.
Para o transporte próprio, a Magalu tem 8 mil motoristas terceirizados – “carreteiros”, como são chamados os motoristas de carros, caminhões e utilitários, que respondem pela maior parte da entrega física dos produtos. Em 2018, esse número era de 2 mil. (Especial para O Hoje)