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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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Na capital

Polícia Civil desarticula quadrilha que falsificava peças automotivas

As peças, em sua maioria, eram importadas da China

Postado em 28 de maio de 2021 por Maiara Dal Bosco
Polícia Civil desarticula quadrilha que falsificava peças automotivas
As peças

Em operação desencadeada pela Delegacia de Crimes contra o Consumidor (Decon) da Polícia Civil de Goiás na quarta-feira (26) após denúncia efetuada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão relacionados à maior quadrilha de falsificação de peças automotivas da região centro oeste.

A equipe policial se deslocou até a cidade de Itapuranga no interior do estado, QG da quadrilha, e realizou a apreensão de milhares de peças automotivas falsificadas em quatro diferentes endereços, um principal (sede da empresa) e três outros que serviam como depósito ou local de gravação e embalagem das autopeças falsificadas. Nos endereços citados foram apreendidas velas, lâmpadas automotivas, pastilhas de freio, kits de pistão e motor, embreagens, juntas de cabeçote, dentre outras peças, todas falsificadas e imitando marcas notórias líderes de mercado.

De acordo com as investigações, tais peças em sua maioria, eram importadas da China, com declarações falsas de importação, sem marca e a granel. Quando chegavam às instalações da quadrilha, eram gravadas e empacotadas em invólucros e embalagens imitando marcas famosas, embalagens essas também falsificadas e confeccionaras em gráficas clandestinas.

Todo o material apreendido foi transladado a Goiânia e será submetido à perícia para comprovar a falsificação. O chefe da quadrilha de adulteração de autopeças teve sua prisão decretada e encontra-se foragido. De acordo com o Delegado Frederico Maciel, que coordenou a operação da Decon, foi a maior operação de combate à falsificação de autopeças desencadeada no Brasil nos últimos três anos, superando inclusive a Operação Carango desencadeada pela Decon em 2019, que teve como alvo essa mesma quadrilha.

Ainda de acordo com a autoridade policial, o total apreendido supera 300 mil peças, de diversas marcas e modelos, o que faz dessa operação a maior realizada no Brasil no período. Cumpre salientar que o consumidor paga preço de produto original e é lesado severamente, já que tais peças podem causar acidentes ou mesmo levar à morte os ocupantes de um veículo que esteja com peças falsificadas instaladas.

Projeto de Lei

Somente em 2020, o aumento no volume de bens falsificados apreendidos em todo o Brasil foi de 20%, segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). O prejuízo causado pela falsificação (que inclui perdas em arrecadação de impostos e perdas de faturamento das indústrias nacionais e legais) ultrapassou os R$ 250 bilhões.

Neste cenário, está em tramitação na Câmara dos Deputados o projeto de Lei 5258/20, que aumenta a pena para quem comercializar peças de veículos falsificados. A pena atual para fraude no comércio é de prisão de um a cinco anos, e multa. A proposta aumenta esse prazo em um terço se envolver a compra e venda de autopeças falsificadas. O texto é do deputado Lincoln Portela (PL-MG) e altera o Código Penal.

De acordo com ele, o comércio de peças automotivas irregulares vem crescendo no País nos últimos anos. Portela deu como exemplo a apreensão, em 2019, de mais de 100 mil peças falsificadas em Goiás. A mercadoria irregular foi avaliada em R$ 5 milhões e era revendida em vários estados do Brasil.“É imperioso endurecer o nosso sistema penal a fim de coibir duramente conduta tão nefasta”, disse Portela.

O projeto equipara ainda o comércio irregular ou clandestino à atividade comercial. O objetivo é permitir que o conceito de fraude no comércio, previsto no Código Penal, seja aplicado a um maior número de condutas criminosas. (Especial para O Hoje)

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