Em um mês, Goiás registra duas mil mortes por Covid-19
Estado ultrapassou a marca de 17 mil óbitos pela doença após mais de um ano de pandemia
Somente em um mês, o Estado registrou cerca de duas mil mortes de pessoas por complicações da Covid-19, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). No dia 30 de abril, o Estado tinha 15 mil vítimas da doença e o número chegou a 16 mil após 14 dias. Atualmente, são 17.088 óbitos por Covid-19.
Outros 318 óbitos suspeitos estão em processo de investigação. Dentre desse universo, os homens são maioria entre as vítimas, com cerca de 9,7 mil óbitos registrados, o que representa 57% das mortes. O número de mulheres que morreram em decorrência das complicações do vírus é de cerca de 7,3 mil (43%). A taxa de letalidade é de 2,81%.
Até a última atualização do painel em tempo real da SES, atingiu 90% de taxa de ocupação dos leitos de UTI. As enfermarias exclusivas para Covid-19 estavam com 66% ocupadas. De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, não há como definir se Goiás vive uma terceira onda ou repique da segunda. Isto porque ainda não ocorreu uma redução de casos de forma efetiva. “Existem entendimentos diferentes, mas essa definição pouco importa. O que importa é que estamos caminhando sim para uma subida de casos, com transmissão acelerada do vírus”, ressalta.
O último mapa de calor divulgado mostrou aumento de regiões em situação de calamidade. No dia 21 de maio, o Estado passou de 8 para 11 regiões no pior patamar da pandemia. A taxa de solicitação de leitos e taxa de ocupação aumentou nessas regiões. Atualmente, o número de regiões em situação de calamidade continua em 11, sendo que outras cinco estão em situação crítica e duas em situação de alerta, segundo o painel da Covid-19.
Flexibilização contribuiu
Como aconteceu nas últimas vezes, a flexibilização é um dos fatores que tem contribuído para o aumento de casos, aponta a superintendente. “Quando você flexibiliza, a população entende que a pandemia acabou ou que está muito tranquila. Aí vemos muitos eventos, gente sem máscara, boates abertas, que são lugares de alto risco de contaminação. Não vivemos um momento em que, mesmo com a flexibilização, as pessoas mantém os cuidados, infelizmente. A gente precisa rever a forma e avaliar melhor como fazemos essa flexibilização. Precisamos de um plano, aprendendo com os erros e com os acertos de outros lugares”.
Na Capital, dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram aumento na taxa de ocupação de leitos em Goiânia, bem como nos índices de contaminação, especialmente na faixa etária entre 30 e 50 anos. Por este motivo, o novo decreto contém novas medidas visam conter a aproximação de um repique da segunda onda e, consequentemente, colapso hospitalar.
Estabelecimentos como bares e restaurantes podem funcionar das 11h às 23h, com capacidade de 30%, limitando a ocupação de cinco pessoas por mesa. Também é vedada qualquer atividade sonora. Shopping, galerias, centro comerciais podem funcionar das 10h às 22h.
Eventos continuam permitidos, entretanto, com limite de 75 pessoas. As academias podem funcionar com capacidade de 30%, respeitando os protocolos de segurança e organizando o atendimento dos alunos com o maior espaçamento possível. Cultos, missas, celebrações e reuniões coletivas das organizações religiosas seguem permitidas, porém, com capacidade de 30% e intervalo de 3 horas entre cada atividade.
Vacinas aplicadas
Levantamento realizado pela SES-GO apurou que, referente à primeira dose, foram aplicadas 1.419.261 doses das vacinas contra a Covid-19 em todo o Estado. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 645.906 pessoas. Esses dados são preliminares e coletados no site Localiza SUS do Ministério da Saúde. Em relação às vacinas, o Estado de Goiás já recebeu 2.861.170 doses de imunizantes, sendo 1.358.880 da CoronaVac, 1.413.700 da AstraZeneca e 95.940 da Pfizer. (Especial para O Hoje)