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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
1.656 registros

Goiás tem aumento de 40% nas queimadas em 2021

Corpo de Bombeiros Militar projeta que o período mais crítico ainda está por vir, nos meses de agosto e setembro

Postado em 9 de junho de 2021 por Maiara Dal Bosco
Goiás tem aumento de 40% nas queimadas em 2021
Corpo de Bombeiros Militar projeta que o período mais crítico ainda está por vir

Goiás deverá registrar um aumento de 40% no número de queimadas em 2021, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar. Segundo dados da Corporação, até maio deste ano, foram 1.656 registros consolidados, número 40% superior ao registrado no mesmo período de 2020, que teve, no total, 10.311 casos. Neste cenário, o Corpo de Bombeiros Militar projeta que o período mais crítico ainda está por vir, nos meses de agosto e setembro, quando as condições climáticas estão mais favoráveis para a incidência de incêndios.

Segundo o Tenente do Corpo de Bombeiros Militar e porta-voz da Operação Cerrado Vivo, Ailton Pinheiro de Araújo, o carro-chefe desses incêndios é ação humana. “Sempre que há a análise, é possível constatar que, seja de maneira acidental, ou dolosa, que a causa humana é o principal motivo das queimadas, via de regra, seja por meio de atear fogo no lixo, ou limpeza em lotes baldios. Contudo, causas naturais são outras possibilidades para o início das queimadas, como por exemplo, um raio ou a incidência do Sol em um local específico”, afirma.

Orientação

De acordo com o Tenente, o Corpo de Bombeiros tem trabalhado na prevenção à este tipo de ocorrências. “O que temos feito, de maneira preventiva, é orientar a população de maneira geral para não fazer, por exemplo, limpeza de lotes utilizando fogo, não queimar lixo. Ações como essas podem colocar em risco os vizinhos, atingir a rede elétrica e causar um dano muito grande. Já nas rodovias, orientamos às pessoas a não jogar cigarro, ou qualquer outro objeto que possa intensificar os raios do Sol, como o plástico, por exemplo”, explica Araújo.

Já no caso dos produtores rurais, a orientação é com relação àquilo que não deve ser feito. “Orientamos os produtores a não colocar fogo nas propriedades. Existem os órgãos ambientais que devem ser buscados para que haja a autorização legal, para que não ocorra crime ambiental, bem como para que não haja a perda de controle da situação”, afirma o Tenente do Corpo de Bombeiros.

Cerrado

Neste cenário de queimadas frequentes, o bioma Cerrado vem perdendo espaço. De acordo com Altair Sales, Doutor em Antropologia e Geologia, já nos anos 2000, pode-se dizer que o Cerrado, de maneira geral, em relação ao seu estado natural só existia em torno de 50%. Para ele, os desequilíbrios provocados por forma antrópica não permitem que o bioma se recupere. “O Cerrado, tal qual sistema biogeográfico em sua estrutura básica, não existe mais, em termos de vegetação, de animais. Sua fauna nativa foi reduzida drasticamente e aflora muito mais. Alguns resquícios resistem, mas que, não representam em sua totalidade, 10% do que o Cerrado era nos aspectos originais. A única coisa estrutural do Cerrado que ainda sobrevive com muita dificuldade, e que, cuja tendência é desaparecer, são as águas”, finalizou.

Brasil

À nível nacional, o Brasil está perto de assumir a liderança no ranking de queimadas da América do Sul, já que, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o País acumulou do início do ano até o início de maio, mais de 10 mil focos de fogo, número que ainda pode aumentar rapidamente com a persistência de massas de ar seco em regiões críticas como o Centro-Oeste brasileiro. A atual líder do continente sul-americano em queimadas é a Venezuela com 12.037 focos registrados.

Por mais que o Brasil tenha cerca de 4 mil focos registrados a menos do que no mesmo período do ano passado, a situação ainda é muito preocupante. Afinal com as queimadas desenfreadas que foram observadas ao longo do ano de 2020, inclusive com o Pantanal batendo recordes de registros, a área vegetada também diminuiu, ou seja, o reflexo de redução dos focos pode ser por conta da redução da vegetação. (Especial para O Hoje)

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