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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
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GO-230

José Eliton é alvo de operação por desvio de dinheiro na Agetop

Polícia apura desvios de recursos públicos na antiga Agetop

Postado em 16 de junho de 2021 por Maiara Dal Bosco
José Eliton é alvo de operação por desvio de dinheiro na Agetop
Polícia apura desvios de recursos públicos na antiga Agetop | Foto: Reprodução

A Polícia Civil de Goiás cumpriu ontem (15), por meio da Operação Terra Fraca, que apura desvios de recursos públicos da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), antiga Agetop, 12 mandados de busca e apreensão. O prejuízo estimado aos cofres públicos com os crimes, que teriam sido praticados entre os anos de 2013 e 2018, chega a R$ 46 milhões. As diligências foram realizadas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), em Goiânia e em Palmas, no Tocantins, em investigação que durou mais de um ano e foi iniciada após troca de informações com o Ministério Público de Goiás (MP-GO).

Segundo a apuração das autoridades, o esquema criminoso contava com o envolvimento de empresas privadas, ex-servidores e do núcleo político que gerenciava os contratos do órgão. Os desvios teriam sido realizados por meio do superfaturamento na obra da GO-230, que liga Água Fria a Mimoso de Goiás. De acordo com o delegado Luiz Gonzaga Junior, adjunto da Deccor, eram duas empresas: uma que venceu a licitação e a outra que foi subcontratada de forma ilegal, para executar a obra.

“Esse núcleo político garantia os pagamentos das medições realizadas e o núcleo financeiro girava esse dinheiro do grupo, de forma a transparecer um caráter lícito, configurando lavagem de dinheiro. É como se você licitasse uma casa e construísse um prédio. Nesse caso, aplicado a uma rodovia”, afirmou.

A rodovia, entretanto, não chegou a ser finalizada e teve os trabalhos retomados em 2021. “O contrato celebrado foi anulado pela atual direção da Goinfra, que já concluiu o prejuízo calculado na ordem de R$ 46 milhões. Hoje passou por um novo processo, uma nova empresa assumiu, se não me engano a empresa que ficou em terceiro lugar na licitação. Ela continua a obra”, informou. Durante as buscas, os policiais apreenderam a quantia de R$ 135 mil, em espécie, e mais 3.800 dólares.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Alexandre Lourenço, a nova operação da Deccor demonstra que o crime de corrupção havia se instalado nas esferas públicas. “Uma obra que devia ter sido concluída em 2013. Nós estamos no ano de 2021 e agora sim terminando essa obra. É mais um reflexo de aparelhamento do órgão público estatal, com a finalidade exclusiva, de expropriação do patrimônio público”, ressaltou.

Grupo criminoso

O secretário de Estado da Segurança Pública, Rodney Miranda, lembrou que o grupo criminoso investigado seria também responsável pelo rombo financeiro encontrado pela atual gestão do Governo de Goiás. “Conheço bem o histórico desse pessoal e tenho consciência da quantidade de recursos que foi tirada do Estado, haja vista que Goiás está até hoje em condição financeira difícil”, pontuou.

Os suspeitos e empresas respondem pelos crimes de peculato, organização criminosa, superfaturamento de obra e lavagem de capitais. “Iremos proceder a fase de análise dos objetos apreendidos. Não temos um prazo definido para a conclusão do inquérito, mas tão logo seja concluída essa análise, remeteremos ao Poder Judiciário”, concluiu o delegado Luiz Gonzaga Junior.

Em nota, a Goinfra informou que a atual gestão da Agência está à disposição das autoridades policiais para colaborar com a investigação.

Relembre

Em agosto de 2020, o Governo de Goiás retomou a pavimentação asfáltica da rodovia GO-230, que liga Mimoso de Goiás ao entroncamento da GO-517, em Água Fria, na região Norte do Entorno do Distrito Federal, com obra executada por meio da Goinfra e com investimento total de R$ 81 milhões. Iniciada em 2013, a pavimentação da GO-230 faz parte das centenas de obras que se arrastaram e foram interrompidas na gestão anterior.  

Além de não se concluída, a obra foi abandonada e o trecho asfaltado estava deteriorado. À ocasião, a Goinfra retomou a pavimentação dos 8,7 quilômetros restantes com objetivo de executar a manutenção e conservação de todo o trecho de 53 quilômetros. (Especial para O Hoje).

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