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domingo, 24 de novembro de 2024
Cinema

Por que o cinema coreano caminha a se tornar o melhor do mundo

Outras produções do país pavimentaram o caminho para Parasita fazer história e se tornar o primeiro filme em língua não inglesa a ganhar o Oscar de Melhor Filme.

Postado em 11 de julho de 2021 por admin
Por que o cinema coreano caminha a se tornar o melhor do mundo
Outras produções do país pavimentaram o caminho para Parasita fazer história e se tornar o primeiro filme em língua não inglesa a ganhar o Oscar de Melhor Filme | Foto: Reprodução

Antes de Parasita fazer história, ao se tornar o primeiro filme em língua não inglesa a ganhar o Oscar de Melhor Filme, outras produções sul-coreanas abriram o caminho no cinema mundial. Diretores como Park Chan-Wook, Hong Sang-soo, Lee Chang-dong e o próprio Bong Joon-ho, diretor de Parasita, tornaram suas produções cinematográficas reconhecidas em todo o mundo.

O cinema da Coreia do Sul é reconhecido principalmente por suas histórias de vingança, explicitas em Old Boy (2003), de Park Chan-wook, que antes de Parasita era a produção sul-coreana mais conhecida no mundo. O filme em si é um épico de vingança com uma história aterrorizante.

A indústria cinematográfica do país também possui fortes ligações com sua história conturbada. Desde a ocupação japonesa no início do século XX, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra da Coreia possuem grande influência no fazer cinema do país, que só veio crescer na década de 80, quando o governo se distanciou das produções.

Os filmes coreanos mais conhecidos e queridos começaram a ser produzidos nessa época. A revisão da Lei do Cinema em 1984 permite o surgimento de cada vez mais produtores independentes.

Com o passar dos anos os filmes do país acabaram ganhando reconhecimento internacional. Filmes como Mandala, vencedor do Grand Prix no Hawaii Film Festival em 1981.

Em 1987 a atriz Kang Su-Yeon levou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza por sua atuação em The Surrogate Woman, além de Melhor Atriz por seu papel em Come Come Come Upward, no Festival Internacional de Cinema de Moscou.

Após passar por uma disputa com filmes estrangeiros que rodavam dentro do país, as produções foram tomando conta, e hoje, no país, os filmes nacionais são muito mais assistidos que os de fora. A produção sul-coreana é uma das três maiores potências cinematográficas do mundo, ao lado de Hollywood e Bollywood.

Nos últimos 20 anos é possível se observar uma crescente nas exportações culturais do país, estas alavancadas pelo K-pop. Entretanto, o cinema ainda é um grande braço cultural na Coreia e produções que vamos os apresentar tiveram um grande papel neste trabalho.

As produções do país fazem o que Hollywood não consegue, fugir da mesmice. Os filmes feitos na Coreia do Sul conseguem expor uma verdade sem perder o entretenimento. Levam problemas sociais que não perdem a relevância e, com isso, consegue subir na escala de qualidade cinematográfica, o que foi provado na 92ª Cerimônia do Oscar. O cinema do país caminha a se tornar o melhor do mundo. Agora só nos resta aguardar.

Por fim, lhe apresento uma lista com filmes essenciais para se acompanhar o crescimento da indústria cinematográfica do país asiático.

Oldboy (2003)

O longa é uma das histórias mais absurdas e apreensivas de vingança já feitas para as grandes telas. No filme, Dae-su é sequestrado e mantido em cativeiro por 15 anos sem qualquer contato com o mundo externo. Quando solto, o protagonista descobre que é acusado do assassinato de sua esposa e embarca em uma luta obsessiva por vingança.

O filme de Park Chan-wook nos leva a loucura do início ao fim. Durante toda sua duração nos perguntamos, junto a Dae-su, a motivação de seu longo cativeiro. Além de embarcar junto ao ódio do protagonista em sua busca incisiva por vingança. No fim, o filme nos presenteia com uma decisão impossível e nos faz questionar tudo sobre nossas vidas.

The Handmaiden (2016)

O filme que na opinião de quem vos escreve deveria ter ganhado um Oscar, é, acima de tudo, uma história de amor das mais puras já feitas. O filme perfeitamente escrito, dirigido e fotografado é uma viagem pela Coreia do século XX e seus costumes.

A Criada, tradução para o português, se passa na Coreia dos anos 30, durante a ocupação japonesa, e apresenta a história de Sookee, uma jovem contratada para trabalhar para uma herdeira nipônica, Hideko, que leva uma vida isolada ao lado do tio autoritário. Sookee guarda um segredo: ela e um vigarista planejam desposar a herdeira, roubar sua fortuna e trancafiá-la em um sanatório. Tudo corre bem com o plano, até que Sookee aos poucos começa a compreender as motivações de Hideko.

Burning (2018)

No filme, acompanhamos a história de Jong-soo, que reencontra Hae-mi, uma antiga amiga que vivia no mesmo bairro que ele. A jovem está com uma viagem marcada para o exterior e pede para Jong-soo cuidar de seu gato de estimação enquanto está longe. Hae-mi, no entanto, volta para casa na companhia de Ben, um jovem misterioso que conheceu na África. Bem, por sua vez, tem um hobby peculiar, que está prestes a ser revelado aos amigos.

O filme é uma obra prima visual. Utilizando planos longos e lentos, a fotografia encanta e tem ar contemplativo. Foge um pouco do clima violento dos gêneros mais adotados pelos coreanos. O roteiro é original e te faz pensar o tempo inteiro no que pode acontecer. E quando você descobre, não se decepciona.

Train to Busan (2016)

Para quem ama cinema de zumbis, Invasão Zumbi é a pedida. O filme foge dos clichês vazios do gênero, apresentados por Hollywood, e nos entrega uma história emocional onde cada decisão tem sua consequência.

No longa, a Coreia do Sul decreta estado de emergência após um vírus desconhecido tomar conta do país. Algumas pessoas tentam fugir dos zumbis e ficam presas em um trem-bala que está a caminho de Busan, a única cidade que não foi afetada pelo vírus.

I Saw the Devil (2010)

Na opinião desse jornalista, este é um dos melhores filmes de horror já feitos. Em sua sutileza, “Eu vi o diabo”, em tradução livre, nos coloca na mente de um psicopata, quem o caça e de suas vítimas. O longa é um jogo de gato e rato incessante e, desde seu início, nos apresenta uma experiência incrível.

O psicopata sanguinário Jang Kyung-chul, está à solta na Coreia do Sul. Kyung mata qualquer pessoa para obter carne humana, sem piedade. A polícia tenta capturá-lo há décadas, sem sucesso. Quando a noiva de Soo-hyun, um agente secreto, é assassinada por este homem, o agente decide procurar sozinho pelo responsável. O encontro entre os dois homens ocorre rapidamente, mas Soo-hyun decide que a morte não é suficiente: será preciso torturá-lo, muitas vezes, para que o outro aprenda todo o mal que causou.

Parasite (2019)

Por último, mas não menos importante, temos o filme que expandiu o cinema Sul-coreano a lugares antes nunca imagináveis. Parasita é uma obra prima do cinema. O longa explora fenômenos sociais, manipulação e desespero como poucos conseguiram. O filme de Bong Jong-hoo nos leva em uma viagem para dentro da vida das pessoas que vivem em seu universo. Sentimos o desespero dos Ki do início até seu defecho.

O filme tem seu início com toda a família de Ki-taek desempregada, vivendo em um porão sujo e apertado. Mas uma obra do acaso faz com que ele comece a dar aulas de inglês a uma garota de família rica. Fascinados com a vida luxuosa destas pessoas, pai, mãe e filhos bolam um plano para se infiltrarem também na família burguesa, um a um. No entanto, os segredos e mentiras necessários à ascensão social custam caro a todos.

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