Aromaterapia trata doenças e minimiza ansiedade
Terapia natural que utiliza óleos essenciais, a aromaterapia é uma técnica que tem auxiliado no tratamento de doenças e ganhou mais força desde o início da pandemia da Covid-19. Isto porque as pessoas estão isoladas por muito tempo e, consequentemente, mais ansiosas e agitadas. A aromaterapia, então, ajuda o indivíduo como um todo, já que […]
Terapia natural que utiliza óleos essenciais, a aromaterapia é uma técnica que tem auxiliado no tratamento de doenças e ganhou mais força desde o início da pandemia da Covid-19. Isto porque as pessoas estão isoladas por muito tempo e, consequentemente, mais ansiosas e agitadas. A aromaterapia, então, ajuda o indivíduo como um todo, já que promove bem-estar, alivia sintomas de ansiedade e depressão. É o que explica a fisioterapeuta, acupunturista e professora de Terapias Alternativas do curso de Estética da Faculdade Senac Goiás, Thaís Bandeira Riesco.
Além disso, estudos apontam que o método auxilia na recuperação de pacientes que tiveram a Covid-19 e perderam o olfato. Desde 2018, a Aromaterapia foi adicionada às Práticas Integrativas Complementares de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma alternativa prática, barata e que auxilia no tratamento de diversas doenças. “Nos últimos meses estamos escutando muito sobre aromaterapia porque durante a pandemia estamos mais isolados, distante das pessoas que amamos”, ressalta a fisioterapeuta.
A técnica é uma ciência milenar baseada em fitoterápicos, que são as essências das plantas e podem ser retiradas das várias partes, como das flores, dos frutos, do caule ou das folhas. O segredo da aromaterapia é o óleo essencial. “Diferente do que muitos pensam, os óleos não contêm ácidos graxos, por isso são muito voláteis. Por exemplo: se eu deixar um vidro de óleo essencial aberto pela manhã, no final do dia ele já estará pela metade”, destaca. O método pode ser aplicado de recém-nascidos a idosos e também é usado na cosmética, como tratamento para acne, manchas, rugas e sinais de expressão.
Diferentes formas de aplicação
De acordo com a especialista, existem várias formas de usar os óleos essenciais como, por exemplo, fazendo a aplicação diretamente na pele ou diluindo em óleos vegetais, também chamados de óleos carreadores. Há também os difusores de tomada, que são feitos de cerâmica em que se coloca algumas gotas de óleo essencial junto com água para que ele faça a difusão do aroma no ambiente. Para crianças pequenas, por exemplo, pode-se pingar uma a duas gotas na banheira.
Ainda é possível diluir em álcool 70%. “Como o álcool é usado para a higienização das mãos e das superfícies, essa é forma para aromatizar a casa ou o consultório”, orienta a professora.
Thais explica que outra opção é utilizar na máscara: “Se você acordou estressado, pode pingar uma ou duas gotas de óleo calmante na máscara para passar o dia tranquilo. Por outro lado, se você acordou com muito sono, muito cansado, pode pingar algumas gotinhas de um óleo essencial energizante para passar o dia bem. Esse é um tipo de inalação direta. Também pode pingar algumas gotas de óleo essencial nas mãos, esfregar, aquecer e inalar.”
Para a criança ou para o adulto que dorme mal, por exemplo, a profissional orienta pingar algumas gotas de óleo de lavanda ou laranja doce no travesseiro. “São inúmeras as possibilidades e são coisas fáceis de fazer. Não precisa de uma técnica específica, nem de um aparelho diferente para eu poder utilizar”, destaca Riesco.
Óleo deve ser puro
Entre as recomendações apontadas por ela, deve-se prestar atenção na hora de comprar o óleo essencial. Segundo Thais, é preciso observar se a embalagem contém o selo de pureza, informando que o produto é 100% natural. “O óleo essencial precisa ser puro para apresentar todos os benefícios”, afirma a professora. Ele também precisa ter certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Caso a pessoa não conheça nada sobre aromaterapia, ela pode recorrer às lojas especializadas em que os vendedores vão explicar para qual finalidade é cada óleo e como eles podem ser usados.
Método pode auxiliar pacientes com Covid-19
A aromaterapia pode ser oferecida como suporte terapêutico aos profissionais de saúde que cuidam de pessoas com Covid-19 e à comunidade em geral, acometida ou não pela doença, em quarentena domiciliar ou só em isolamento social. As informações estão em um estudo público pelo Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPics), da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
A pesquisa destaca que difusores aromáticos ambientais nos postos de enfermagem ou no repouso podem ser utilizados para garantir um clima de tranquilidade, equilíbrio emocional, além do fortalecimento de alguns sistemas, como o respiratório e o imunológico. “Utilizados nas residências, esses difusores podem ainda proporcionar um ambiente mais agradável, apresentando-se como uma prática simples de ser realizada. Por exemplo, óleo de laranja doce, eucalipto, glóbulos e o tea tree podem ser utilizados como estratégia de fortalecimento para os profissionais da saúde ou em casa como contribuição para o corpo e para a saúde mental”, diz.
No entanto, ainda não há estudos comprovando a eficácia dos óleos essenciais contra a Covid-19. Segundo a pesquisa, as recomendações apresentadas estão fundamentadas em estudos prévios, frente a outras condições de saúde e epidemias. “A aromaterapia fortalece o sistema respiratório melhorando as trocas gasosas, promovendo uma assepsia respiratória, relaxando a musculatura brônquica, aliviando a tosse e auxiliando nas expectorações”, aponta o estudo.
Uso correto
A técnica não tem contraindicação, mas é importante se informar para fazer o uso correto. “Alguns óleos de frutas cítricas são fototóxicos, ou seja, eu não posso passar e ir para o sol porque ele vai me causar uma queimadura. Por exemplo, o óleo de laranja, óleo de bergamota e de limão. Também temos óleos dermocáusticos, o que significa que eles podem lesar a pele, como o óleo de canela, que é muito forte, óleo de orégano e óleo de tomilho”, orienta Riesco.
Ela também alerta quanto ao uso oral dos óleos. “Alguns vêm com indicações de que podem ser ingeridos e temos que tomar cuidado porque eles precisam ser bastante diluídos em água aromática ou no suco, por exemplo. Também é preciso tomar o cuidado para nunca exceder a dose”, destaca. Thais ainda alerta que a aromaterapia não substitui o acompanhamento médico nem os tratamentos convencionais. (Especial para O Hoje).