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sábado, 23 de novembro de 2024
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Estimativa

Operação do BRT vai iniciar com apenas 10 ônibus

Operações no trecho entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória deve acontecer em outubro

Postado em 10 de agosto de 2021 por João Paulo
Operação do BRT vai iniciar com apenas 10 ônibus
Operações no trecho entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória deve acontecer em outubro | Foto: Jota Eurípedes

A operação do corredor BRT (Bus Rapid Transit) deve iniciar com somente 10 veículos, de acordo com informações da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC). A previsão é que o corredor comece a operar em outubro e os veículos rodarão em caráter experimental no trecho II, que vai do Terminal Recanto do Bosque até o Terminal Isidória.

O presidente da CMTC, Tarcísio Abreu, os veículos terão 15 metros com duas portas do lado esquerdo, para atender as plataformas que foram instaladas no decorrer do corredor. “Eles são elevados, com 95 centímetros de altura. A nossa expectativa é que, até ao final do processo, a gente conte com 37 ônibus para atender todo o corredor”, pontua.

Para isso, Tarcísio conta que serão duas linhas: um expresso entre os terminais Recanto do Bosque até o Isidória. A outra linha vai do Isidória até o Terminal Rodoviária. O presidente ressalta que, nesse trajeto, outras 53 linhas estarão interligadas nos quatro terminais do trecho. “A diferença desses veículos é a frequência. Esses veículos são privilegiados e terão três minutos entre um ônibus e outro. Esse será o grande ganho do BRT”, destaca. Tarcísio ainda aponta que o sistema terá outras tecnologias que ajudarão nessa agilidade do veículo e conforto dos passageiros, como sincronização semafórica e rede Wi-Fi nos terminais e nas plataformas.

O presidente acredita que essas vantagens interessarão os usuários a adotarem o novo corredor. Vale lembrar que o corredor será administrado por três empresas que já cuidam do transporte coletivo da Região Metropolitana. Apesar de não serem bem quistas pelos usuários, Tarcísio acha que essas vantagens devem sobressair à imagem negativa sobre elas. Recentemente, a Prefeitura de Goiânia aceitou um acordo e pôs fim a uma ação judicial movida pela Viação Reunidas sobre a operação do sistema BRT Norte/Sul na Capital. Agora, a empresa terá o direito de explorar o corredor ainda em construção, fazendo valer o contrato firmado com o Poder Público após a licitação do transporte público em Goiânia em 2008.

Por meio de nota enviada ao Hoje à época, a CMTC, esclareceu que a discussão sobre a operação do BRT Norte/Sul se arrasta desde 2018, quando o Ministério Público Federal (MPF) apresentou recomendação para que o trecho do BRT fosse licitado visando a empresa operadora. No entendimento do MPF, a obra por ter recursos do governo federal, deveria passar por processo licitatório. Nesse mesmo ano a CMTC fez um parecer técnico e jurídico esclarecendo e reconhecendo que a operação do corredor deveria ser explorada pelos contratos vigentes e assinados em 2008, data da última licitação do sistema de transporte metropolitano.

“Essa argumentação segue os artigos 4º, 7º, 11 e 12, da Deliberação nº 058/2007, da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos, que define como direito e dever de cada concessionária, em sua área operacional, a exploração da integralidade das linhas de transporte coletivo rodoviário urbano, de todas as modalidades ou categorias, que integram a outorga no momento da concessão ou que venham a integrá-la no curso da vigência dos contratos de concessão”, traz o comunicado.

“A concessionária Viação Reunidas entrou com mandado de segurança para fazer valer o Contrato de Concessão nº 002/2008, firmado em 25/03/2008, com vigência pelo prazo de 20 anos, prorrogável por igual período. As partes do processo (Procuradoria Geral do Município de Goiânia; Prefeitura de Goiânia, CMTC e o representante legal da Viação Reunidas) resolveram na semana passada, de forma livre e consensual, e visando pôr fim ao Mandado de Segurança impetrado pela concessionária Viação Reunidas S/A, entrar em um acordo que gerou esse acordo para agora ser ou não homologado pelo poder judiciário”, continuou.

A CMTC reforça ainda que desde 2015, data de início da obra BRT Norte/Sul, como órgão gestor sempre se apresentou favorável para que a exploração fosse realizada pelas empresas concessionárias vencedoras da concorrência realizada em 2008, fazendo valer o direito conquistado por processo licitatório nesse mesmo ano.

Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da região Metropolitana de Goiânia (SET) informou que a operação do BRT Norte/Sul será feito por três empresas concessionárias da RMTC: Viação Reunidas, Rápido Araguaia e HP Transportes, de acordo com o contrato de concessão. “Isto porque o corredor é uma linha interárea, ou seja, atravessa várias áreas operacionais determinadas pelo contrato. Mesmo vivendo o momento de maior crise no setor, a garantia do cumprimento do Plano Emergencial, fez com que as empresas pudessem buscar crédito bancário para a compra dos ônibus que serão destinados a essa operação”, dizia o comunicado.

De acordo com Tarcísio, o sistema adotado no BRT é novo e diferente. Além disso, o presidente afirma que o novo corredor não acarretará em mudança no preço da tarifa do transporte coletivo, que hoje está R$ 4,30. “Vale lembrar que o sistema de transporte abrange uma região metropolitana, onde engloba 19 municípios. O BRT é um serviço novo, com muitas vantagens e tecnologia. Ele se tornará atrativo exatamente por isso. A gente tem um terminal que abrange todo o Centro, como a rodoviária, Região da 44, Feira Hippie. Imagina o volume de gente naquele local? É muito grande”, destaca.

BRT vai transportar metade do público previsto

No projeto para a construção do trecho entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória, a expectativa era de que os 35 ônibus transportassem 112 mil passageiros diários em 416 viagens por dia útil. Seis anos depois, deverá ser entregue parte do corredor com apenas 10 ônibus com a estimativa de transportar cerca de 60 mil passageiros por dia, quando devem ser feitas em torno de 360 viagens. Ou seja, o corredor deve carregar menos 46,4% do que era previsto.

A frota a ser adquirida pelas concessionárias que vão operar as linhas (Viação Reunidas, HP Transportes e Rápido Araguaia) será de veículos do tipo padron, com 15 metros de cumprimento. A capacidade de carregamento é de 80 passageiros. No projeto original do BRT havia a previsão de iniciar a operação com 14 veículos tipo padron e 21 articulados, cuja capacidade de carregamento é de 100 usuários simultâneos.

A operação para o uso do BRT ainda está sendo estudada pelo grupo formado na Prefeitura de Goiânia, formado por diversas pastas da administração municipal, como de Mobilidade, Infraestrutura e também a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC).  Para discutir o uso do corredor, há também a participação do consórcio das empresas concessionárias do sistema de transporte metropolitano (Redemob). 

A CMTC argumenta que a redução na estimativa de atendimento com relação ao projeto original é explicada pelo momento do transporte coletivo, especialmente com a pandemia da Covid-19, com queda na demanda de usuários. Atualmente a operação na Região Metropolitana tem sido feita com metade dos usos que se tinha antes da pandemia.

Para a operação que está prevista para começar ainda neste ano, há apenas o planejamento para o serviço chamado de parador, que são linhas que vão realizar paradas em todas as plataformas e terminais ao longo do itinerário. A previsão de frequência entre as viagens se mantém e está sendo estudado que o usuário espere um máximo de 3 minutos por ônibus em dia útil, o que é um tempo semelhante ao que se tem no Eixo Anhanguera, por exemplo. (Especial para O Hoje)

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