Faltam álcool e máscaras em escolas e Cmeis de Goiânia
Segundo o sindicato da categoria, os repasses não foram feitos de forma proporcional; SME alega que recursos são suficientes
Na iminência da volta às aulas na Rede Municipal de Ensino de Goiânia, marcada para a próxima segunda-feira (16), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) alega que há, na Capital, escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) sem Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) suficientes para todos nas unidades escolares. Nesta semana o Sintego esteve reunido com os profissionais da Rede para tratar desta e outras questões que envolvem o retorno presencial dos professores.
Ao jornal O Hoje, a presidenta do Sintego e da Central Única dos Trabalhadores (CUT- Goiás), Bia de Lima, declarou que inicialmente o Sindicato recebeu a aval da Secretaria Municipal de Educação a respeito da questão dos equipamentos de proteção. Entretanto, após as reuniões realizadas com os diretores dos CMEIs e profissionais da Educação, a informação repassada foi de que há escolas que teriam recebido o recurso somente para os profissionais da limpeza e da merenda, faltando, portanto, recursos suficientes para também proteger os profissionais do auxílio educacional, como auxiliares e os próprios professores.
“Os recursos não foram suficientes e não há estoque de EPI nas escolas do município. Nas do Estado também tivemos reclamações neste sentido, de que faltam materiais como botas e luvas para o pessoal da limpeza, o que o Sindicato já estava cobrando anteriormente”, afirma Bia de Lima. Segundo a presidente do Sintego, a falta dos equipamentos de proteção está ocorrendo nas unidades escolares porque o recurso não é repassado de forma proporcional.
“A SME [Secretaria Municipal de Educação] não passa o recurso de acordo com o tamanho da escola. É repassada uma verba física, básica. Há escolas maiores em que o recurso não é o suficiente para a demanda daquela escola. O que as escolas estão colocando para nós é que a verba que foi recebida já era a planejada, ou seja, as unidades precisavam ter um recurso maior para poder equipar a escola, já que a situação [do retorno às aulas presencialmente] não era prevista antes e exige os equipamentos de segurança”, ressalta.
Liminar
Diante da situação, o Sintego afirmou que está em conversa com o secretário municipal de Educação de Goiânia, Wellington Bessa, para levar ao conhecimento dele os pontos abordadas pelos trabalhadores da Educação, entre eles a questão dos EPIs, e ainda a liminar obtida pelo Sindicato na última terça-feira (10), a qual permite que os servidores da Rede Municipal de Educação de Goiânia (professores e administrativos), que fazem parte do grupo de risco permaneçam em regime de teletrabalho.
Além disso, o Sintego alegou que entrará com outro Mandado de Segurança na Justiça para que o retorno presencial aconteça somente após a segunda dose da vacina contra a Covid-19. “Solicitaremos o adiamento da data [de retorno] ao máximo, a depender da negociação. O que preocupa e muito é que não houve a antecipação da segunda dose, e já há a data marcada. Desde o início, o Sintego pede a imunização completa dos profissionais para que a escola possa estar preparada para receber os estudantes”, afirma a presidenta Bia de Lima.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Goiânia afirmou que, até o momento, a atual administração municipal já librou R$ 1.995.062,45 para as instituições de ensino para a aquisição de EPIs. Segundo a pasta, com objetivo é oferecer mais segurança para os servidores e a comunidade escolar neste primeiro momento de volta às aulas. “Os recursos foram enviados de forma descentralizada a todas as unidades da SME. Dentre os EPIs que estão sendo adquiridos pelos gestores das instituições estão calçados, óculos de proteção, luvas de látex, térmica e descartáveis, máscaras descartáveis (PFF-1), aventais de PVC, toucas, tapetes sanitizantes, termômetros digitais, viseiras e muito mais”, diz o comunicado.
Além disso, a SME informou ainda que um novo repasse será feito no mês de setembro e que, para que questões pontuais de falta de EPIs sejam verificadas nas escolas, é necessário a informação dos nomes das instituições, a fim de que a pasta possa verificar e orientar sobre a aquisição dos equipamentos de proteção. (Especial para O Hoje)