Esposa de bombeiro será indenizada por ter lavado farda contaminada com Césio-137
Benvina Alves Amado é esposa do bombeiro Osvaldino Fidencio Amado, hoje aposentado, conseguiu indenização de R$ 20 mil por danos morais por comprovar que desenvolveu depressão grave após ser acometida por câncer de pele ao lavar a farda do marido, que era bombeiro militar, enquanto ele trabalhava no combate ao acidente do Césio 137, em […]
Benvina Alves Amado é esposa do bombeiro Osvaldino Fidencio Amado, hoje aposentado, conseguiu indenização de R$ 20 mil por danos morais por comprovar que desenvolveu depressão grave após ser acometida por câncer de pele ao lavar a farda do marido, que era bombeiro militar, enquanto ele trabalhava no combate ao acidente do Césio 137, em Goiânia, há 33 anos. A decisão é da Justiça Federal em Goiás.
O esposo da dona de casa de 71 anos em setembro de 1987, foi convocado oficialmente para atuar na linha de frente contra o maior acidente radiológico do mundo fora de uma usina nuclear, na capital goiana.
Na época, ela continuou a limpar a farda do marido, sem qualquer proteção. Segundo o processo, não houve qualquer alerta da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) sobre o risco de exposição à radiação decorrente do acidente.
Decisão judicial
Na decisão, a Turma Recursal da Seção Judiciária da Justiça Federal em Goiânia confirmou a sentença do juiz federal substituto João Paulo Morretti de Souza considerou resultado de perícia realizada pela Junta Médica Oficial do Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara).
“A conclusão foi taxativa ao afirmar que há nexo de causalidade da enfermidade psíquica com o acidente do Césio 137”, escreveu o magistrado, na decisão confirmada pelo colegiado.
Em 2014, depois de diversas sessões de radioterapia, retirada de tecido do câncer e agravamento de sua depressão, Benvina recebeu diagnóstico de médico psiquiatra que atestou a impossibilidade dela de trabalhar, por causa do seu estado de saúde.