Goiás tem mais de 6,5 mil ocorrências de incêndio este ano
Índice já é 10% maior se comparado a 2020
Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) dão conta de que já há mais incidências de incêndios florestais em agosto de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado. Até ontem (30), faltando dois dias para consolidar os dados mensais, foram registradas 2.161 ocorrências, sendo 2.060 em Vegetação e 101 em Cultura Agrícola. Em 2020, agosto registrou 2.174 ocorrências deste tipo, sendo 2.062 referentes à Vegetação e 112 em Cultura Agrícola. Até o momento, Goiás já registra 6.513 ocorrências, em 2020, que registrou 10.311 ocorrências de incêndios florestais.
Ao jornal O Hoje, o Tenente Araújo, porta-voz da Operação Cerrado Vivo do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (CBMGO), explicou que já se pode afirmar que o mês de agosto, que termina hoje, terá mais ocorrências do que no ano passado. “O que tem acontecido até esse momento é que teremos mais ocorrências, mesmo que ainda concluiremos o mês com as ocorrências de hoje (31)”, destacou.
Segundo ele, o aumento nas ocorrências se deve a diversos fatores. “Entre eles, as condições climáticas, que estão totalmente favoráveis, com um período de estiagem maior, menos chuvas, vegetação mais seca. Também soma-se às condições mais propícias, a ação humana, que é a maior causadora de incêndios, sejam eles intencionais ou não”, afirma Tenente Araújo.
Para se ter uma ideia, em comparação com 2020, em 2021, os meses de julho, maio, abril, março e janeiro registraram aumento nos incêndios florestais no Estado. O mês de fevereiro registrou o mesmo índice e junho foi o único mês a registrar queda no comparativo. Goiás também já havia registrado um aumento de 16% nas ocorrências de incêndios florestais até junho deste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, nos seis primeiros meses de 2021 foram atendidas 2.502 ocorrências, enquanto em 2020 foram 2.156 incêndios. Apesar de ter tido uma queda de 5% de um ano para o outro, o mês de junho ainda foi o mais ardente entre os demais: em 2020 foram 1.180 casos e, em 2021, foram 1.119 focos combatidos.
Orientação
O porta-voz da Operação Cerrado Vivo reforçou o pedido de colaboração à população. “Estamos no período mais crítico. Agosto e setembro são os meses em que acontecem mais incêndios, então reforçamos o pedido e que a população não faça queima de lixo, não limpem lotes baldios usando fogo. É importante lembrar ainda que as condições estão mais favoráveis, porque a umidade relativa do ar está muito baixa, temos tido temperaturas muito altas e ventos fortes. Tudo isso propicia uma propagação mais rápida do fogo”, finaliza.
As localidades com maior ocorrência de incêndios, segundo a Corporação, são Goiânia e Aparecida de Goiânia. “Na Região Metropolitana, a maior incidência é dos lotes baldios. Ano passado foi bem claro isso, que foi o principal tipo de atendimento. Talvez não seja o mais impactante, nem os que causam os maiores danos, porque, por exemplo, se pegarmos um incêndio uma área de conservação, uma ocorrência só causa um impacto maior”, destaca Tenente Araújo.
De acordo com a Corporação, são feitas duas classificações. “Com relação à cultura agrícola, a incidência maior está na região de Rio Verde, Itaberaí, Santa Helena, que tem mais culturas agrícolas e são afetadas. O restante são ocorrências de vegetação, e lotes baldios, por exemplo. Contudo, as incidências de maior impacto são as em unidades de conservação, como o Parque Nacional das Emas. Recentemente houve um incêndio que reuniu esforços da Corporação de Goiás e do Mato Grosso do Sul, que conseguiram controlar o fogo conjuntamente. Mesmo conseguindo preservar 75% da área total, as chamas atingiram 33 mil hectares”, finaliza Araújo. (Especial para O Hoje)