‘Paz não se constrói com armas’, diz arcebispo presidente da CNBB
“O Brasil está sendo contaminado por um sentimento de raiva e de intolerância”, disse.
O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade ligada à Igreja Católica, Walmor Oliveira de Azevedo, disse em mensagem ao Dia da Independência que os cristãos devem ser “agentes da paz”. Segundo ele, “é um absurdo” defender o armamento da população.
“O Brasil está sendo contaminado por um sentimento de raiva e de intolerância. Muitos, em nome de ideologias, dedicam-se a agressões, ofensas, chegando ao absurdo de defender o armamento da população. Ora, quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da paz, e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos”, afirmou.
Ele citou o desemprego e a alta inflação, criticou o desmatamento e o desrespeito aos povos indígenas. Ele pediu que os cristãos não “se deixem convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes impede a existência de totalitarismos, fortalecendo da liberdade de cada pessoa. Independentemente de suas convicções político-partidárias, não aceite agressões às instituições que sustentam a democracia. Agredir, eliminar, hostilizar, ignorar ou excluir são verbos que não combinam com uma democracia que busca cada vez mais se consolidar”, disse.
Em vídeo, ele pediu ainda orações às vítimas do Covid-19, que declarou que será superado “com o fundamental apoio da ciência”. Ele também defendeu a vacinação contra a doença, dizendo que “vacinar-se é ao mesmo tempo cuidar de si, do outro, dificultando a circulação da Covid-19. É um compromisso ético, uma tarefa cristã”.
“A fome é realidade de quase 20 milhões de brasileiros. Aquele pai que não tem alimento a oferecer para o próprio filho é seu irmão, nosso irmão. Do mesmo modo, a criança e a mulher feridas pela miséria são suas irmãs, nossos irmãos e nossas irmãs”, declarou.