Diretora-adjunta da OMS afirma que nova pandemia é “inevitável”, entenda o caso
A médica declarou que é apenas uma questão de tempo até o mundo sofrer uma nova pandemia.
Em entrevista à RFI, a médica brasileira e diretora-adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mariângela Simão, declarou que é apenas uma questão de tempo até o mundo sofrer uma nova pandemia. Ela afirmou que é “inevitável” e a questão é “quando ela vai ocorrer”.
“Essa pandemia, depois da gripe espanhola, foi a mais impactante e é também uma constatação. Acho que o mundo precisa acordar, porque a gente vê que não foram apenas os países em desenvolvimento que foram afetados. Afetou o mundo todo, ninguém estava preparado”, declarou em entrevista.
Mariângela Simão diz que “a OMS emite uma recomendação baseada num grupo de especialistas que auxilia a organização neste sentido”. “Desde julho deste ano, a gente tem recomendações relacionadas ao uso da vacina da Pfizer, é a única que tem recomendação para utilização na população entre 12 a 15 anos, e já havia a recomendação para pessoas acima de 16 anos”, lembra.
“Mas a OMS faz a ressalva que a vacina deve ser priorizada para adolescentes portadores de comorbidades. No entanto, para a geral da população de adolescentes, a vacina para este grupo deve ser administrada após a cobertura de todos os outros grupos prioritários. Essa é a recomendação para os países que ainda não atingiram uma cobertura mais alta na população de adultos”, diz.
De acordo com a médica, a OMS irá realizar uma Assembleia Mundial de Saúde em novembro com a intenção de discutir e criar um tratado. No documento que possivelmente será aprovado, terá uma série de medidas que os países irão precisar seguir em caso de uma emergência de saúde.
Durante a Assembleia, Simão afirmou que devem ser discutidos métodos para o avanço da vacinação em países mais pobres e como conter o avanço de variantes da Covid-19.
“Então a preocupação e o empenho em aumentar a cobertura vacinal é global mas em todos os países e não apenas em alguns, para evitar que novas variantes preocupantes surjam”, finaliza a médica.