As taxas de juros futuras subiram nesta quinta-feira, impulsionadas por dados fortes do varejo brasileiro e preocupações fiscais. Os contratos de prazos mais longos foram os mais afetados, com investidores reagindo aos resultados das vendas no varejo e ao cenário fiscal incerto. As vendas no varejo cresceram 0,6% em julho, superando as expectativas de alta de 0,5%. Em comparação com julho de 2023, o aumento foi de 4,4%, também acima das projeções.

Com esses dados, a expectativa de alta na taxa Selic aumentou. Embora o mercado majoritariamente espere um aumento de 25 pontos-base, as apostas de uma alta de 50 pontos-base na próxima semana cresceram ligeiramente. No fim da tarde, a taxa do DI para outubro de 2024 estava em 10,57%, e a de janeiro de 2025 subiu para 10,955%.

Além dos dados internos, fatores externos também influenciaram o mercado. O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos subiu 0,2% em agosto, o que elevou os rendimentos dos Treasuries. No entanto, a expectativa é que o Federal Reserve corte os juros em 25 pontos-base na próxima semana.

Outro ponto de atenção foi a conclusão da votação do projeto de lei que encerra a desoneração da folha de pagamento. Embora o governo tenha proposto medidas compensatórias, como a repatriação de valores no exterior, o mercado continua cético quanto à capacidade de ajuste fiscal do governo Lula.

Ao final do dia, a curva de juros brasileira precificava 89% de chance de aumento de 25 pontos-base na Selic e 11% de chance de alta de 50 pontos-base. A Selic está atualmente em 10,50% ao ano.