Insatisfação com obras atrasadas atinge 74,1% dos goianienses segundo pesquisa Fox Mappin
Goiânia tem várias obras atrasadas, com datas de inauguração constantemente adiadas, o que não tem deixado a população contente com a gestão de Rogério Cruz
Por Yago Sales
A opinião pública raramente relaciona o atraso de obras com o aumento do custo, mas vê com desconfiança o gestor da cidade, Rogério Cruz (Republicanos) atrasar a entrega de vias com maior fluxo de veículos. O atraso dessas obras causam, além de transtornos, prejuízos aos comerciantes próximos.
Esta é a conclusão que a pesquisa Fox Mappin/O Hoje ouviu, entre os dias 19 e 22, 501 pessoas distribuídas por 163 bairros da capital. O resultado é que 55,5% dos entrevistados estão totalmente insatisfeitos, 18,6% insatisfeitos parcialmente. Ou seja, 74,1% não está nenhum pouco feliz com a quantidade de obras que parece que não têm fim. Por outro lado, 14,8% está satisfeito. Dos entrevistados, 2,4% não sabe e 1,6% não respondeu ao questionário.
Algumas dessas obras causaram prejuízo que ultrapassam R$13 milhões, conforme divulgado pelo jornal O Hoje em agosto. Além dos custos, transtornos e queda de qualidade de vida dos goianienses, sobretudo em áreas onde antes havia fluxo. Com isso, prejuízos podem ter influenciado na resposta daqueles que estão insatisfeitos com as obras que têm prazos de entrega postergados.
Uma das obras que causam maior ansiedade entre a população é a obra do BRT Norte-Sul, que deverá mudar a forma de a cidade enxergar o transporte coletivo. Outra obra, Leste-Oeste – que depende de desapropriação de áreas. Sem prazo para entrega, o Viaduto Lauro Belchior, conhecido como “Viaduto da Enel”, também está atrasado. A obra traria enorme benefício à população, já que deve ligar o Setor Leste Universitário (Rua 117) ao Jardim Novo Mundo (Avenida Ribeirão Preto), passando sobre a BR-153.
Outras obras também influenciam no resultado da pesquisa, como o Complexo Viário Jamel Cecílio, a Marginal Cascavel (entre a T-9 e C-12). A do corredor da T-7 foi pensado para melhorar a mobilidade de todos os modais, principalmente faixa de ônibus exclusiva. E, uma das mais esperadas, a obra da Praça do Trabalhador, que começou em junho de 2019. A previsão era de ser entregue em setembro daquele ano, mas até hoje o goianiense continua esperando. Havia uma previsão de ser entregue no aniversário da capital, em outubro, mas foi adiada novamente.
As obras atrasadas citadas acima tinham o valor orçado em R$ 459 milhões. Com atrasos e prejuízos, o valor pode ter ultrapassado R$ 472 milhões, um prejuízo que chega a R$ 13 milhões.
Metodologia
Os 501 entrevistados, distribuídos proporcionalmente entre as 7 regiões do município (central, sul, sudoeste, norte, noroeste, leste e oeste), foram estratificados em 163 bairros da Capital, representados em mais de 25% dos bairros que compõem as regiões. Para seleção da amostra, utilizou-se o método de amostragem estratificada proporcional por região, sendo auditada simultaneamente e de forma aleatória 10% das entrevistas, considerando se o entrevistado reside e vota em Goiânia, com mais de 16 anos, sexo e nível de escolaridade. Na pesquisa, 56% das entrevistas foram feitas com pessoas do sexo feminino e 44% masculino. Faixa etária: 70% encontram-se na faixa etária de 25 a 59 anos.