Polícia Civil de Goiás reafirma compromisso em combate aos crimes raciais
Delegado afirma que foi observada a necessidade de conhecimento profundo em sociologia, antropologia, que ultrapassariam o conhecimento básico da equipe
O Dia Nacional da Consciência Negra celebra a liberdade, cultura e força dos negros. Neste sábado (20/11), a Polícia Civil de Goiás reafirmou o empenho em seguir aprendendo sobre as lutas raciais, além de cuidar e proteger da população preta, para garantir que sempre seja respeitada como merece.
A PCGO identificou um acréscimo expressivo em crimes de ódio praticados em Goiás, como o racismo, percebendo que apenas leis e códigos não são eficientes para combatê-los. “Além dessa percepção, verificou-se, também, que o atendimento a esse tipo de delito exigiria um conhecimento mais profundo de sociologia, antropologia e conhecimentos conexos que ultrapassariam o conhecimento básico adquirido pelo Policial Civil em sua formação ordinária”, explica o delegado Joaquim Adorno, responsável pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) da PCGO.
Além disso, Joaquim afirma que a grande inovação da Polícia Civil não foi a criação do Geacri, mas sim, entender que a unidade serviria como uma espécie de delegacia-escola, em que policiais civis pudessem lidar com a intolerância dentro da estrutura institucional e ter mecanismos para combater esse comportamento. Dessa forma, os integrantes da PCGO aprendem a atender com excelência os indivíduos que sofrem crimes raciais, e qualquer outro crime, trazendo um tratamento humanizado e empoderamento das vítimas.
Ao fazer denúncias, a vítima recebe apoio psicológico para passar pela situação da maneira menos traumática possível. A PCGO trabalha preventivamente para coibir crimes de ódio com a participação dos servidores do Geacri em diversos grupos, por meio de palestras, entrevistas, rodas de conversa e outras formas de conscientização.
O delegado afirma ainda que é cedo para entendermos o impacto numérico das ações para a população negra e outras minorias, assim como acessar dados concretos, mas ressalta que já é possível observar mudança expressiva na postura das vítimas. “Podemos ver que, percebendo que há um espaço institucional de acolhimento, as denúncias aumentaram e as vítimas se sentem menos hostilizadas ao procurar o Estado para resolver sua demanda. Isso é muito claro”, concluiu.