Verão: pets necessitam de cuidados especiais nos dias de sol e calor
Veterinária aponta os possíveis sinais de desconforto dos animais nesse preíodo e lista os cuidados mais importantes que os tutores precisam ter
A chegada do verão incomoda muita gente, mas certamente incomoda muito mais os pets. Diferentemente dos humanos, que ligam livremente o ar-condicionado, tomam banho gelado ou um sorvete, os pets apenas conseguem dar sinais quando estão com calor. Para identificá-los, a veterinária Bárbara Scherer informa que é necessário ficar atento, e lista os cuidados mais importantes que os tutores precisam ter neste período.
Segundo a profissional, os cães costumam ficar mais ofegantes e, assim como as aves, tendem a buscar pela sombra e se acomodam onde o chão é mais gelado. “Os cães também procuram dormir de barriga para cima e buscam locais onde há frestas e passagem de ar: janelas, portas etc. Já os felinos bebem mais água, enquanto os roedores usam a serragem como guarida”, aponta Bárbara.
No período mais quentes do dia, das 10h às 17h, a profissional explica que o ideal é manter os pets em ambientes com o máximo de conforto possível, evitando cômodos muito fechados, sem janelas ou ventilação. “Em raças de focinhos achatados, conhecidos como braquicefálicos, que possuem mais dificuldade para respirar, os ambientes quentes demais e sem ventilação podem causar hipertermia com mais facilidade. Se não tiver outra opção, o tutor deve instalar ar-condicionado ou ventiladores. O ideal é que a temperatura não ultrapasse 24°C e a caminha ou a casinha deve ficar alocada em local fresco, arejado e longe de raios solares diretos. Em casas e apartamentos que residam gatos, as janelas e varandas devem ser teladas, para evitar que sofram acidentes”, recomenda a veterinária.
Outro ponto que merece muita atenção é a hora do passeio. A recomendação da especialista é para que os passeios ocorram antes das 9h ou após as 18h, pois o calor do piso pode queimar os coxins, causando dor e fissuras, permitindo a entrada de bactérias. “E não são só os coxins dos cães que podem sofrer queimaduras, os dos gatos também, já que alguns gostam de ficar no quintal ou acompanhar os tutores em passeios externos. Neste caso, o tutor deve sempre avaliar a temperatura do piso, colocando a mão ou o pé descalço em contato com a superfície. Se não conseguir permanecer por mais de cinco segundos, é porque está quente demais para nós e para os pets”, alerta Bárbara.
Atenção aos sinais de desconforto e ao modelo da focinheira
Um dos comportamentos mais comuns dos cães para se refrescar é colocar a língua de fora e ficar mais ofegante, mas, ao sair para passear ou ao brincar, alguns tutores usam focinheira e isso pode prejudicar esse processo natural deles. “Nessa situação, se o cachorro não conseguir brincar ou interagir é porque está extremamente cansado, com calor e com dificuldade de aliviar sua temperatura. Além disso, pode vir a babar muito e a deitar por estar exausto, não respondendo aos chamados. Alguns até apresentam vômitos e diarreia, o que é um sinal de risco para a saúde dele”, aponta a veterinária, informando que os gatos também podem apresentar sinais parecidos e se estes vierem somados a miados de desconforto e boca aberta, o cuidado deve ser redobrado.
Quanto à focinheira, se é de nylon, plástico ou couro a orientação é trocá-la por outra opção nesses dias mais quentes. “O tutor deve optar por um item que tenha dupla função, ou seja, que evite que o cão consiga morder uma pessoa ou outro animal, ao mesmo tempo que permita a abertura satisfatória da boca, com espaço para expor a língua para respirar”, indica.
Hidratação e alimentação
O ritmo da respiração dos cães e gatos tende a ficar acelerado e isso ocorre para que possam liberar o excesso de calor do corpo o que gera, consequentemente, a perda de líquido. “Nesse aspecto, o tutor não pode esquecer de oferecer de duas a três vezes por dia a quantidade de água. Uma boa dica é comprar potes graduados ou fontes de água, que vão liberando o líquido à medida em que o animal vai consumindo. Também é recomendado espalhar vários potes pela casa, incluindo alguns cubos de gelo para mantê-la sempre fresca”, orienta.
Nessa linha, a profissional também recomenda que os pets idosos, hipertensos, obesos devem ter os cuidados redobrados. “A comida deve ser leve e na quantidade correta, já os petiscos podem ser oferecidos gelados”, comenta Bárbara, informando, ainda, que existem várias formas de tornar o verão dos pets mais refrescante e divertido. “Os brinquedos de borracha podem ser recheados com patê de sachê ou de frutas congeladas para se entreterem e, ao mesmo tempo, se alimentarem”, recomenda.
Cuidado com piscina e mar e atenção às pulgas e carrapatos
A recomendação aos tutores para nunca deixar os pets sozinhos. “Há relatos de animais que foram levados pela correnteza no mar e não conseguiram voltar ou ainda casos que ao entrar na piscina para nadar não conseguiram sair sozinhos. Outro ponto de atenção é que a água do mar é rica em sais e a da piscina em cloro, portanto, após o mergulho, os animais devem tomar um banho de água doce para que essas substâncias saiam de suas peles”, alerta a veterinária.
Nessa época que o ar fica mais quente e úmido, as pulgas e carrapatos são muito mais comuns, com propensão a gerar problemas intestinais, sendo necessário manter em dia a prevenção contra ectoparasitas. “Além de ter atenção ao calendário vacinal, os tutores também precisam verificar os vermífugos, antipulgas e carrapaticidas”, indica Bárbara.
Pet também deve usar filtro solar
Assim como os tutores, os pets também devem usar protetor solar, seja para um fazer um passeio na cidade ou ao ir à praia. “A aplicação deve ser feita no focinho, barriga, ponta das orelhas, meio das costas e outras áreas com menos pelos, como, por exemplo, no osso nasal e testa de raças como Pit Bull e Bull Terrier”, explica Bárbara.
Banho e tosa
Para a especialista, os cães podem tomar banho uma vez por semana no máximo ou, se de grande porte, até quinzenalmente. Já os gatos, que se estressam muito com a mudança de ambiente e calor, a orientação é para ser mensal ou até em períodos mais espaçados. Quanto à tosa, a dica é diminuir o comprimento dos pelos do pet, porém, sem exagero. “Pelos curtos demais deixam a pele exposta, podendo causar queimaduras no contato com o sol. O ideal é seguir a recomendação para cada raça. Algumas, podem usar uma pelagem mais curta, outras, como o Spitz Alemão, se tosadas inadequadamente podem ter alopecia (perda permanente ou temporária de pelos). Uma alternativa eficiente é fazer a tosa higiênica”, finaliza Bárbara.