Descartado pelo União Brasil, Moro afirma que ainda vai disputar a Presidência do Brasil
As alegações contradizem a decisão tomada pela direção nacional do partido, no último sábado (02)
O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) afirmou diversas vezes, nesta sexta-feira (08/04), durante evento em Washington, que ainda tem interesse em disputar a Presidência do Brasil. As alegações contradizem a decisão tomada pela direção nacional do partido, no último sábado (02), que alegou que a candidatura do ex-ministro da Justiça estaria limitada ao estado de São Paulo.
“Meu nome segue disponível na mesa. É claro, isso depende da decisão do presidente do partido, Luciano Bivar. Eu disse desde o começo que nunca desistiria da eleição presidencial. Isso [mudar de partido] foi apenas dar um passo atrás, que eu senti ser necessário para ter a possibilidade de vencer. Entendi que eu preciso de um partido mais forte para vencer a polarização”, afirmou Moro, em entrevista ao Atlantic Council, centro de pesquisas baseado na capital dos EUA.
Entretanto, na semana passada, quando o ex-juiz migrou do Podemos para a União Brasil, ele disse que “neste momento” abriria mão da candidatura a presidente da República. A decisão foi publicada também pelo novo partido, que divulgou uma nota assinada pelo presidente nacional da legenda, Luciano Bivar, pelo secretário-geral, ACM Neto, e pelo primeiro vice-presidente, Antônio Eduardo de Rueda.
“O ex-ministro Sérgio Moro é um homem íntegro, capaz de enriquecer, junto às demais lideranças partidárias, a discussão sobre o futuro que almejamos para o país. Sua filiação tem como objetivo a construção de um projeto político-partidário no estado de São Paulo e facilitar a construção do centro democrático”, diz o comunicado, que também destacou que essa é uma exigência de uma parcela do partido oriunda do DEM.
Apesar disso, Sérgio Moro mostrou seu descontentamento com a decisão. “Eu não posso ir para um novo partido e dizer ‘oh, sou o candidato presidencial’. Mas meu nome está disponível para esta posição ou outra que eles entendam que possamos trabalhar. Mas já disse que não serei candidato a deputado federal. “Entendi que eu preciso de um partido mais forte para vencer a polarização”, disse.
Na última pesquisa Datafolha, divulgada em 24 de março, e que ainda considerava Moro na corrida presidencial, mostra o candidato em terceiro lugar, com 8% das intenções de voto. Ele estava atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 43% e Jair Bolsonaro (PL) com 26% e a frente de Ciro Gomes (PDT) com 6%, João Dória (PSDB) com 2% e de Simone Tebet (MDB) com 1% do eleitorado.