O mal do século: transtornos de ansiedade são doenças relacionadas às experiências de vida
Roberto Yano usa suas redes sociais para disseminar informações sobre a saúde do coração e afins
Os últimos dois anos têm sido de grandes conflitos emocionais e isso manifesta-se de formas diferentes em cada um. Um dos sintomas mais comuns desse período foi a ansiedade, e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o País com maior número de ansiosos do mundo. São cerca de 19 milhões de brasileiros que convivem com o transtorno, ou seja, por volta de 9% da população. Deve-se estar atento as causas, já que além dos sintomas psicológicos, a saúde física pode sofrer.
O Ministério da Saúde (MS) define a ansiedade como aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, etc. Ainda complementam a definição, levando-se em conta o aspecto técnico, como um fenômeno que ora beneficia, ora prejudica. Dependendo das circunstâncias ou intensidade, pode tornar-se patológica, isto é, prejudicial ao funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal). A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações.
Você já se sentiu mal, foi ao médico, fez um monte de exames, e que não acusaram nenhuma doença? Se a sua resposta for sim, você pode estar com sintomas de ansiedade. Isso mesmo. De acordo com o cardiologista e especialista em marca-passo, o médico Roberto Yano, a ansiedade pode se manifestar com sintomas psicológicos, como medo, insônia, dificuldade de concentração, mas também pode apresentar sintomas físicos. Ele recomenda um olhar mais cuidados e destaca os principais sintomas.
Alteração no ritmo cardíaco: Segundo o especialista, em uma crise de ansiedade o ritmo cardíaco pode acelerar. Normalmente os pacientes usam a frase ‘meu coração parece que vai sair pela boca’, para explicar a sensação que estão sentindo. “A sensação de estresse e ansiedade faz com que o organismo libere mais adrenalina, um hormônio que aumenta a frequência cardíaca”, explica Yano, acrescentando que já atendeu vários pacientes relatando estarem com sintomas cardíacos, quando na realidade estavam em crises de ansiedade.
Tontura: Pacientes que sofrem com a ansiedade costumam relatar tontura, principalmente quando estão na crise. Tonturas no ansioso podem ocorrer em situações específicas, como por exemplo, quando se está em ambientes onde há muitas pessoas, ou em ambientes muito fechados. “Essa vertigem pode levar ao medo de sair de casa, de cair, de chegar a um local cheio e passar mal”, explicou o cardiologista.
Falta de ar: Falta de ar quando está nervoso, estressado, brigando com alguém? Isso também pode ser um sintoma de ansiedade. Pessoas que sofrem desse mal, podem sentir falta de ar constantemente. “A falta de ar normalmente vem acompanhada de palpitação. Em situações de estresse é preciso tentar se acalmar, e se a crise de ansiedade não passar, procure orientação médica”, alerta o especialista.
Formigamento: A dormência nos braços, mãos e língua, também podem ser causadas pelo estresse e ansiedade. Em pessoas com síndrome do pânico esses sintomas podem surgir acompanhados de outros sintomas, como suor frio, dor no peito, arritmia e formigamento. “Esse formigamento pode ocorrer por causa da liberação da adrenalina. O corpo entende que você está se preparando para uma situação de luta, ou fuga. O organismo começa a direcionar o fluxo de sangue para os músculos para que fiquem mais fortes e rígidos”, explicou o médico.
Cansaço: Quem nunca acordou com a sensação de que ainda não havia dormido? Na realidade, a ansiedade não causa fraqueza muscular de fato, mas pode dar a sensação de cansaço, podendo se intensificar quando a pessoa está em crise. “Existem várias doenças que podem fazer uma pessoa se sentir cansada, como hipotireoidismo, insuficiência cardíaca, anemia e até a própria depressão. A recomendação é clara de não se automedicar”, alertou.
O médico Yano destaca que a ansiedade é uma doença psiquiátrica. O tratamento pode aliviar a maioria ou todos os sintomas. “A orientação é procurar ajuda de profissionais adequados, como psicólogos, psiquiatras, praticar exercício físico, ter uma boa alimentação, ter um hobby, horas de lazer com a família. Esse conjunto de ações vão te ajudar a viver mais e com melhor qualidade de vida”, garantiu. Caso você apresente alguns dos sintomas citados acima, é importante procurar um bom médico.