Entenda o caso do jovem que cometeu um massacre no cinema do Shopping Morumbi
Além da posse de drogas, Mateus também possuía posse ilegal de armas. Ele já tinha uma pistola antes de cometer o crime. Tudo isso seria resultado do uso de drogas ao qual ele teria se sujeitado recentemente
Na noite do dia 3 de novembro de 1999, Mateus da Costa Meira ficou conhecido como “O atirador do Shopping Center”, devido à autoria do terrível massacre do Morumbi Shopping. O crime em si ocorreu no cinema, numa sessão que exibia o filme “Clube da Luta”. O planejamento para o massacre foi desenvolvido ao longo de 7 meses, como relatado pelo criminoso, e o atentado teve muitas consequências trágicas.
Na noite de exibição do filme, Mateus entrou na sala de cinema com uma bolsa, onde levava a arma do crime. Passados alguns minutos após o início, ele resolveu se levantar e ir até o banheiro, onde tirou a arma da bolsa e atirou contra o espelho para testá-la. Ao que tudo indica, ninguém ouviu ou suspeitou do barulho, pois Mateus retornou normalmente à sala em que estava, se posicionou próximo ao projetor de frente para o público da sessão e abriu fogo contra as pessoas.
Aquelas que estavam nas fileiras da frente, perceberam a tempo de se abaixarem e correrem para longe dali, no entanto Mateus, mesmo no escuro, ainda conseguiu acertar e ferir muitas pessoas. Ao todo, o massacre levou três pessoas a óbito. Fabiana Lobão Freitas, fotógrafa de 25 anos, Júlio Maurício Zeimaites, economista de 29 anos, e Hermé Luiza Jatobá, publicitária de 46 anos, foram as vítimas.
Além deles, o massacre deixou ainda 4 feridos e mais 15 pessoas em estado de choque. Os tiros na sala duraram cerca de 3 minutos. Mateus foi detido por seguranças do local quando parou para recarregar a arma. Ele logo foi preso em flagrante, em sua mochila ainda foram encontradas mais munições para a arma que usou.
Durante seu julgamento, os advogados de Mateus tentaram defendê-lo afirmando que ele sofria com alucinações frequentes e não tinha uma noção concreta do que havia feito. No entanto, as investigações do caso indicaram que ele estava sob efeito de drogas quando cometeu o crime.
Mateus foi condenado a 120 anos de prisão, com cumprimento dos formais 30 anos, que são o máximo previsto por lei, no Brasil. Nos primeiros anos de cadeia ele foi transferido diversas vezes, e continuava com o mesmo comportamento agressivo para com os presos.
Em 8 de maio de 2009, Mateus tentou assassinar um colega de cela usando uma tesoura. E tudo isso porque, segundo ele, o homem ouvia TV com o volume alto demais. Em 2011, Mateus foi julgado por esse crime e a promotora do caso, Armênia Cristina Santos, declarou que ele era inimputável, devido aos seus transtornos mentais comprovados por laudos médicos.
Sendo assim, ele foi transferido para o Hospital de Custódia de Tratamento de Salvador, na Bahia, onde até então cumpre pena e permanece preso.
Autor do crime já tinha comportamento agressivo
Segundo relatos de alguns vizinhos, Mateus já quebrou a porta de vidro na entrada de seu prédio usando a cabeça. Certa noite, ele foi até o zelador pedindo uma chave de fenda para a abrir a caixa de energia de seu apartamento, pois “a voz que o perseguia” estaria lá.
No primeiro período do curso, Mateus era tido como um bom aluno, era dedicado e tirava boas notas nas disciplinas. No entanto, ao que tudo indica, seu perfil mudou até chegado o sexto semestre de curso, que foi quando ele começou a faltar as aulas e tirar notas ruins.
Isso tudo seria resultado do uso de drogas, como crack e cocaína, ao qual ele teria se sujeitado recentemente. Algumas outras investigações da época também consideraram o seu vício em jogos “violentos”, como o Duke Nukem 3D.
Além da posse de drogas, Mateus também possuía posse ilegal de armas. Ele já tinha uma pistola antes de cometer o crime que pretendia mas ainda assim resolveu adquirir uma submetralhadora MAC-11, que julgou ser ideal para o que tinha em mente.