Especialista explica porque o instinto de esconder sinais de dores dificulta a descoberta de doenças em gatos
Ficar atento a qualquer mudança de comportamento é essencial para saber se o animal está doente.
Por Elysia Cardoso
Há mais de 10 mil anos que os gatos foram domesticados pelos humanos, contudo, mesmo com tanto tempo, os felinos ainda possuem instintos da época que vivam de forma selvagem e precisavam se proteger de predadores. Um desses instintos é justamente esconder sinais de dores e doenças para não se mostrar vulnerável.
Segundo a Médica Veterinária Cleusa Deiró, este comportamento serve para enganar os seus predadores e fazer com que eles desistam, mesmo em um ambiente que não tenha predador, como dentro de casa. Apesar dos gatos domésticos não precisarem se preocupar em se tornar presas nos dias de hoje, eles podem ver os outros animais domésticos da casa ou até mesmo outras pessoas como um concorrente quanto a recursos como comida e água.
Seja motivado pelo instinto profundamente enraizado ou pela lógica superprotetora dos bichanos, a preocupação dos gatos é que ao demonstrar sinais de dor fará ele perder tudo para um animal que mereça mais, o que os estimula a mascarar os seus sintomas.
Logo, como identificar sinal de dor ou doença se o animal tenta escondê-lo? Para a especialista, a dica é ficar atento a qualquer mudança no comportamento do animal. “Tudo que fugir da rotina normal daquele gatinho pode ser um sinal de alerta. Então, por exemplo, um animal que costumava comer muito e do nada passa a comer menos, ou espaçar mais a alimentação ou até parar de comer. Isso é um sinal que merece cautela e atenção”, exemplifica Cleusa.
Filhotes com dor poderão também exibir falta de apetite, vômito incomum, comportamento pegajoso ou alguma mudança notável na personalidade e na atitude. Gato com dor crônica, como a artrite, poderá parar de usar a caixa de areia de vez, já que fica muito difícil pular para dentro dela. Por esse motivo, ele poderá também parar de subir ou pular nas partes mais altas da sua árvore de gato.
Além da alimentação, outros sinais podem ser percebidos como ‘estranhos’ e os tutores devem ficar atentos. Entre eles: alteração de comportamento, dificuldade para urinar, movimentar-se, sensibilidade ao toque e falta de higiene.
Fazer um diagnóstico
Ao observar qualquer um destes sinais, a especialista recomenda que se procure imediatamente um Médico Veterinário de confiança. “Quanto mais tempo demora para perceber que o gato está doente, pior pode ser o tratamento e, a depender do caso, pode levar a morte do animal”, pontua Cleusa Deiró.
A Médica Veterinária destaca também a importância do profissional ser capacitado para atender e identificar possíveis doenças em felinos, principalmente por eles esconderem os sintomas.