Águas Lindas e Anápolis vão receber R$ 722 mil para obras de saneamento básico
Governo Federal vai repassar mais de R$ 5,9 milhões para continuidade de obras de saneamento básico.
Por Ítallo Antkiewicz e Sabrina Vilela
O Governo Federal, por meio do Ministério de Desenvolvimento Regional, vai repassar mais de R$ 5,9 milhões para continuidade de obras de saneamento básico. Os estados beneficiados serão: Goiás, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Os recursos irão contribuir para ampliar sistemas de esgotamento sanitário, saneamento integrado, abastecimento de água e manejo de águas pluviais.
Segundo site oficial do Governo Federal o maior repasse será para a cidade de Joinvile, em Santa Catarina no valor de R$1,3 milhão. O investimento é para a implantação de rede coletora nas Bacias 8.1 e 9. Na região Sul, o município de Pelotas receberá mais de R$748 mil para a ampliação do Sistema de Abastecimento de Água (SAA) na sede municipal. Curitiba Paraná recebeu R$305 mil para a execução de obras de quatro bacias de contenção na sub-bacia do Rio Barigui, perfilamento do Rio Cascatinha e galerias nos Rios Cascatinha e Uvu.
Na região Centro – Oeste em Goiás, Anápolis vai contar com R$514 mil para a ampliação do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) local. Já a Águas Lindas de Goiás terá acesso a R$ 208 mil para obras de saneamento integrado no Jardim América ll, lll, lV, V, Vl e Parque das Águas Bonitas. Mato Grosso também vai dispor de R$ 376 mil para a ampliação da SES na sede municipal.
A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, explica que referente ao acesso à água, Goiás está se encaminhando para atender com uma das metas do Marco Legal do Saneamento, ou seja, atender aproximadamente 99% da população com acesso à água tratada. “Entretanto, o índice de coleta de esgoto e o tratamento dos esgotos são um dos problemas do estado, são quase 3 milhões de habitantes sem coleta de esgoto e mais da metade do esgoto não tratado, o que corrobora para mais internações e óbitos por doenças de veiculação hídrica por por consequência da valorização ambiental com a despoluição dos rios e oferta de água tratada”, afirma.
A gestora ressalta que os investimentos totais consideram recursos públicos e também privados, ou seja, o estado, ou os municípios, aportaram recursos próprios ou advindos da União. “No caso do setor privado, onde há operação destes serviços, também é considerado os recursos aportados para expansão dos serviços”, pontua Pretto.
A presidente salienta que os serviços de saneamento básico são serviços imprescindíveis em âmbitos econômicos, sociais e ambientais. “Manter as obras de saneamento significa melhorar a área da saúde, reduzindo gastos com internações por doenças de veiculação hídrica, e impulsionar a economia local, gerando mais emprego e renda. O próprio Estado pode ser beneficiado com o aumento do turismo por consequência da valorização ambiental com a despoluição dos rios e oferta de água tratada”, afirma.
Pretto pontua que os investimentos totais consideram recursos públicos e também privados, ou seja, o estado, ou os municípios, aportaram recursos próprios ou advindos da União. “No caso do setor privado, onde há operação destes serviços, também é considerado os recursos aportados para expansão dos serviços”, ressalta.
Goiás possui mais de 7 milhões de habitantes, dessas 645.123 não possuem acesso à água o que corresponde a 9,1% da população total. Outras 2.937.018 (41,5%) não têm coleta de esgoto. Os dados são do Painel Saneamento Brasil por meio do Instituto Trata de 2020.
Internações por falta de saneamento
Os números de 2020 também expõem a quantidade de internações e mortes por pessoas que não tiveram acesso a água de qualidade. 6.202 pessoas foram internadas por doenças de veiculação hídrica e 54 óbitos pelo mesmo motivo.
A cabeleireira Marleide Rodrigues,55, ficou doente duas vezes por beber água contaminada em locais que não tinham estrutura para ter saneamento de qualidade. “Eu bebi água na casa de uma pessoa porque eu não havia levado minha garrafinha. No mesmo dia eu comecei a passar muito mal com náuseas, dores fortes no estômago, diarreia, vômito e salivava muito, mas eu não tinha ideia do que poderia ter me feito mal”, lembra de momento vivido há mais de dez anos.
Marleide ficou 15 dias doente, como só piorava resolveu ir ao médico para descobrir o que estava lhe causando problemas de saúde. “Eu não lembro o nome da doença, mas o médico disse que era por causa de uma bactéria que dá na água porque as distâncias das foças para as cisternas não eram adequadas e a profundidade também não e isso interferia em ser comum aquelas contaminações na época”, conta. Após o tratamento apropriado com medicações Marleide se recuperou e hoje por precaução ela evita beber água em qualquer lugar, sempre anda com a garrafinha.
Doenças de veiculação hídrica
A água é essencial para a vida, mas se ela não estiver devidamente tratada pode causar as doenças de veiculação hídrica que “são aquelas que possuem sua transmissão diretamente ligada à essa substância, seja pelo consumo de água contaminada e falta de higiene desencadeada pela falta de água, seja pelas doenças que possuem insetos vetores que se desenvolvem na água, pelo contato de pele ou mucosas com água contaminada”, conforme esclarece o infectologista Robert Fabian Crespo.
O que causa esse problema são bactérias, vírus e parasitas. Os sintomas mais comuns são diarreia, náuseas, vômitos e febre. “Quando é de causa viral pode haver diarréia, náuseas e vômitos. Porém na Dengue pode ocorrer cefaléia, mialgias e febre; enquanto na hepatite é comum dor abdominal e icterícia.
As doenças de causa parasitária são caracterizadas também por diarréia, náuseas e vômitos”, exemplifica o especialista.
De acordo com Robert Fabian o tratamento vai depender do que causou a enfermidade. “Quando de causa bacteriana geralmente é utilizado antibiótico sistêmico. As de etiologia viral são tratadas somente com sintomáticos e hidratação quando necessário. Já as de origem parasitária precisaram do uso de antiparasitários como o metronidazol”.
Para evitar problemas de saúde como esse alguns cuidados são necessários como:lavar bem as mãos e alimentos; tratamento adequado da água e esgoto; e fazer o combate aos vetores transmissores de doenças conforme destaca o especialista.