Gasolina tem média de R$ 7,57 em Goiás, aponta Agência Nacional do Petróleo
Sindiposto vê estabilidade no combustível, mas aponta vantagem em abastecer com etanol na Capital.
A média do litro da gasolina comum em Goiás foi de R$ 7,57 na primeira semana de maio. A informação é da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) por meio do Sistema de Levantamento de Preços (SLP).
O levantamento que ocorre semanalmente foi feito em 17 municípios do Estado. Ao todo, 195 postos de combustíveis foram verificados.
Na média, Anápolis teve o combustível mais barato: R$ 7,28. Na cidade, foram 11 postos verificados, com preço mínimo encontrado de R$ 7,09 e máximo de R$ 7,49.
Já o maior valor médio foi encontrado em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Este foi de R$ 7,897 na primeira semana do mês. As variações foram de R$ 7,890 a R$ 7,899, segundo a ANP. Cinco estabelecimentos foram verificados.
Já Goiânia, que teve levantamento em 40 postos, apresentou média de R$ 7,60 no período. O valor mínimo encontrado foi de R$ 7,190 em um estabelecimento no Jardim Guanabara. A data da coleta foi no último dia 3.
No mesmo setor e mesmo dia, também foi encontrado o maior preço, R$ 7,69. Este valor, também, foi coletado em um posto do Jardim Europa, no dia 5 de maio.
Etanol e diesel
O litro do etanol, na primeira semana de maio, registrou média de R$ 5,47 pelos mesmos critérios da análise da ANP. Em Goiânia, o meio-termo foi de R$ 5,22, o menor do Estado. Goiatuba teve a maior, com R$ 5,71.
O diesel, por sua vez, registrou média de R$ 6,71, com base nos 115 postos das 17 cidades de Goiás pesquisadas. Ele teve a média encontrada mais cara em Formosa, R$ 7,05. A mais baixa, em Morrinhos: R$ 6,50. Na capital a média foi de R$ 6,55.
Vale lembrar, na última segunda-feira (9), a Petrobras anunciou o aumento do combustível de 8,86% no preço de revenda para as distribuidoras. Em reais, ele subiu de R$ 0,40 no litro. Com isso, passou de R$ 4,51 para R$ 4,91.
Sindiposto
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a gasolina se manteve estável nessa semana. O etanol, por sua vez, tem “caído lentamente”.
Questionado sobre as variações de preços – máximas e mínimas –, ele explica que existem alguns fatores para isso. Ele enumera os custos diferenciados de cada estabelecimento, a competitividade da região, bem como o poder aquisitivo desta. “O mercado se adapta e não é só em combustível, mas em todos os produtos e estabelecimentos”, destaca.
Já sobre estratégias para minimizar os reajustes constantes, ele diz que os donos de postos, em alguns casos, reduzem a margem de lucro para não repassar todo o aumento. “Mas a margem é muito pequena, então eles não podem fazer muito.”
Gasolina ou etanol?
Márcio diz que, ao menos, em Goiânia compensa mais ao motorista que possui carro flex abastecer com etanol. Ele lembra que, ao dividir o preço do “álcool” pelo da gasolina, se o número for inferior a R$ 0,70, vale pena.
Na capital, pela média, o resultado é R$ 0,68. No Estado, R$ 0,72. Entretanto, ele explica que isso é um apontamento geral, uma vez que veículos têm padrões de consumo diferente e, em alguns casos, mesmo acima de R$ 0,70 pode compensar.
PPI e a manifestação dos caminhoneiros
Os reajustes constantes no valor dos combustíveis são decorrentes do preço de paridade de importação (PPI). A medida foi implantada em 2016, no governo do presidente Michel Temer (MDB) e alterou a política de preços da empresa de capital misto.
Trata-se de um sistema que se baseia na paridade internacional de preços dos combustíveis. Desta forma, os valores estão ligados ao preço do barril de petróleo (em dólar), por meio de uma média feita em escala mundial entre os maiores exportadores pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Inclusive, os representantes dos caminhoneiros preparam uma manifestação contra para a mudança dessa política de preços. Os atos, que não incluem paralisação, segundo o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (SinditacGO), Vantuir José Rodrigues, começarão por Curitiba (PR). “Está previsto para iniciar no dia 22 de maio e depois passará por todo o País.”
De acordo com ele, a categoria também briga pelo piso do frete mínimo, que, conforme previsto em lei conquistada na greve de 2018 aumenta junto com o óleo diesel. “A lei está judicializada, mas não está suspensa. Os caminhoneiros não dão mais conta com esses aumentos.”
Segundo ele, todos os produtos aumentam por causa desses reajustes ocasionados pela política de preços do PPI. “O poder de compra dos brasileiros diminui. Isso afeta todo mundo. Vai ter manifestação e a categoria precisa de apoio”, finaliza.
Vai processar
O presidente Jair Bolsonaro (PL), em live na última quinta (12), disse que recorrerá na Justiça contra o preço dos combustíveis. “Deixo bem claro que está previsto em lei, no caso da Petrobras, que ela tem que ter o seu papel social no tocante ao preço de combustíveis. Ninguém quer que a Petrobras tenha prejuízos ou fazer o que a senhora Dilma [Rousseff, ex-presidente] fez lá atrás, interferindo artificialmente no preço da Petrobras. A gente espera, aqui, a redução do preço. Vamos ter que recorrer à Justiça”
Mesmo sem poder direto na Petrobras ou na política de preços, é o presidente quem indica um nome para comandar a petroleira. Feito isso, a substituição passa por aval do Conselho de Administração da empresa, que a União como principal acionista.