Por Guilherme de Andrade

Aconteceu na semana passada o 26° festival Goiânia Noise. O evento, que entrou num hiato de dois anos devido à pandemia do Coronavírus, trouxe mais de 40 apresentações ao Palácio da Música, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. O festival, num espírito eclético e pioneiro, traz nomes já consolidados na cena musical mesclado ao de novos artistas no intuito de apresentar essa nova geração ao grande público.

O evento, que foi dos dias 16 a 22 de Maio, se dividiu em dois momentos. O primeiro, que foi do dia 16 ao 19, aconteceu no instituto de educação em artes Gustav Ritter e foi dedicado à formação e qualificação de profissionais na área de produção e música. No segundo momento, dos dias 20 a 22 de Maio, o público se reuniu nos dois palcos montados no Palácio da Música para os shows e discotecagem ao vivo.

Entre as principais atrações do festival estavam os nomes de Far From Alaska, Carne Doce, Terno Rei e Black Pantera. Pensando nos artistas que estrearam mais recentemente no mercado, vimos apresentações de bandas como Synx, Maaju, Fusage e Blue Stalk. Seja nos palcos principais ou na discotecagem, a música do festival abraçou vários estilos: do clássico Rock, que faz a fama do Goiânia Noise, passando pela música alternativa, até chegarmos em estilos menos ouvidos, como o reggae, por exemplo.  

O evento trouxe, além dos dois palcos principais e da pista de discotecagem, uma praça de alimentação e bar completos, feira de produtos artesanais e dois stands com bandas ao vivo, num dos quais (o Estúdio Noise) era possível gravar suas músicas. Conversando com Macloys Aquino, um dos integrantes da banda ‘Carne Doce’, ele conta que “a história da música independente de Goiânia, se confunde com a história do festival”. 

O músico conta que a própria Carne Doce tocou no festival no início de sua carreira, em 2014, e finaliza dizendo: “Tocar no Noise agora depois desses anos todos pra mim teve um significado muito especial. Foi emocionante pra mim revisitar esse ambiente”.

História do festival 

O ‘Goiânia Noise’ teve sua primeira edição em 1995, na praça Universitária, contando com quatorze atrações. Hoje, o evento se consolida como um dos maiores festivais de Rock independente do país. Para comemorar sua 26° edição, a vereadora Sabrina Garcez propôs projeto de lei que visa transformar o ‘Goiânia Noise’, ao lado de outros festivais da cidade, em patrimônio imaterial da capital goiana. A parlamentar resume: “Pioneiro no cenário independente e alternativo, o Goiânia Noise é de extrema relevância para o calendário cultural de Goiânia”. 

Artistas de todas as regiões do País, de estilos musicais variados, de gerações diferentes, com linguagens distintas e carreiras próprias, se reúnem há mais de duas décadas nos palcos do festival para fazer crescer a cena do rock alternativo do país. Dos nomes já conhecidos pelo público àqueles que se iniciam nessa jornada, todos aderiram ao conceito do festival: fomentar e valorizar a produção musical independente do País.