Compromisso e determinação com a arte: Jander Rodrigues no ‘Papo Xadrez’
O tatuador vem ao podcast compartilhar como construiu a carreira consolidada que tem hoje
Guilherme de Andrade
Aconteceu nesta segunda-feira (5) a transmissão do 16° episódio do podcast do jornal ‘O Hoje’, o ‘Papo Xadrez’. O convidado à mesa foi o tatuador goiano Jander Rodrigues. Durante o encontro, Jander fala do significado que essa forma de arte tem para si, e explica em detalhes a construção de sua carreira de mais de 20 anos com a tatuagem. Esse episódio está disponível para acesso na íntegra pelo canal Youtube ‘Papo Xadrez’.
Jander conta que o início de sua história com a tatuagem aconteceu ainda em Quirinópolis, sua cidade natal. O tatuador diz que seu interesse por arte e desenho vem desde a infância. “Antes de eu começar a falar eu já tava com um lápis na mão, desenhando”, resume. Assim que seu amigo ‘Curica’ abriu o primeiro estúdio de tatuagem na cidade, no início dos anos 90, Jander soube que era esse o rumo profissional que seguiria. A tatuagem aglutinou duas de suas paixões: o desenho e a cultura alternativa, ligada ao rock principalmente.
Aos 23 anos de idade, o artista se muda para Goiânia a fim de construir sua carreira. Começa aí seus primeiros contatos profissionais com a tatuagem. No início, depois de adquirir certa experiência com colegas de profissão, Jander atendia 2 ou 3 clientes por dia e não era tão rigoroso quanto hoje com relação aos desenhos que faria. Com o tempo, o tatuador foi percebendo quais trabalhos o estimulavam mais, que o deixavam mais seguro, e a partir daí resolveu se especializar.
“Eu preciso fazer um trabalho que tenha a minha assinatura, meu jeito de desenhar, meu jeito de sombrear”, concluiu Jander logo no início de sua carreira. Hoje, o artista é um mestre no estilo do preto com cinza, e graças a isso ele pode escolher quais trabalhos aceita, além de ter sua atuação reconhecida no exterior. Falando de seu esforço e determinação ele conta, por exemplo, que foram mais de 10 anos testando materiais como água, leite de rosa e até vodca a fim de aperfeiçoar sua própria tinta.
Hoje, com quase 20 mil tatuagens na conta, Jander afirma: “Para eu fazer meu trabalho o fator fundamental não é dinheiro, é paz, é tranquilidade”. Conforme sua vida profissional foi se estabilizando o tatuador começou a tatuar com menos frequência e a selecionar melhor os clientes, prezando sempre pela qualidade de seu trabalho. Depois de décadas tentando achar o ritmo ideal de trabalho ele conclui satisfeito dizendo que “é um privilégio estar com minhas filhas e esposa todos os dias”.
Na voz dos apresentadores
“Estar de frente com o Jander me fez perceber que os boatos e burburinhos que pintam ele como antipático e grosso estão longe de ser a verdade”, afirma Yago Sales, um dos apresentadores do podcast. Yago elogia o profissionalismo e a postura do tatuador diante de sua arte e complementa dizendo: “O profissional que conheci tem suas opiniões e desejos bem definidos, e os defende com firmeza, só isso… mas Jander é de uma gentileza e cuidado que são inegáveis, tanto com seu trabalho quanto com as pessoas que o cercam”.
Felipe Cardoso, colega de Yago na apresentação, também não poupa elogios. “Saber em primeira mão como se desenvolveu o estilo artístico e a forma de trabalhar do Jander foi um grande prazer”. O tatuador não escondeu nada: do início de sua carreira, quando se decidiu pela tatuagem, passando pelos primeiros anos na profissão, período em que tatuava 2 ou 3 clientes por dia, até chegar no artista conceituado que vemos hoje. “Foi tão bom conhecer o processo de formação desse profissional que eu já quero ser seu próximo cliente”, Felipe finaliza bem humorado.
Nos últimos episódios
O ‘Papo Xadrez’ alcança sua décima sexta edição com o tatuador Jander Rodrigues. Até aqui, a equipe do podcast já ultrapassou a marca das 25 horas de transmissão ao vivo com temas variados e discussões envolventes. Do encontro com a estilista Juliana Santos, onde se falou do mundo da moda e de sua vida enquanto PCD, até o bate-papo com o humorista e influenciador Odorico Reis, no qual foram debatidos os significados do humor, o podcast cria e mantém um padrão de qualidade ‘Papo Xadrez’.
No décimo quinto episódio, esteve nos estúdios do jornal ‘O Hoje’ o produtor cultural, músico e compositor goiano Carlos Brandão. Durante esse encontro o produtor fala de sua história com a cena cultural de Goiânia, da redescoberta de sua sexualidade já na vida adulta e ainda lê alguns versos de composição própria. Com muito bom humor e leveza, o vilanovense encerra o encontro com violão na mão, cantando um pouco de sua música.
Trazendo uma discussão até então inédita para o podcast, a décima quarta convidada do ‘Papo Xadrez’ foi a lutadora de MMA Sarah Frota Lima, conhecida como ‘A Treta’. De frente com os apresentadores Felipe e Yago, Sarah fala das polêmicas envolvendo a suspensão por doping que aconteceu em 2019, do retorno aos ringues que vem acontecendo e também, de sua atuação no serviço social enquanto professora. ‘A Treta’ resume suas motivações: “Eu vejo o esporte como instrumento de transformação social”.