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sábado, 23 de novembro de 2024
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IBGE

Inflação em Goiânia chegou a quase 9% neste mês

A redução do ICMS em Goiás influenciou a queda do IPCA-15 na Capital

Postado em 25 de agosto de 2022 por Daniell Alves

A inflação em Goiânia chegou a quase 9% neste mês. A Capital registrou variação mensal de -1,12% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), segunda queda do ano e a maior da série histórica. Mesmo assim, a variação acumulada no ano atinge 3,63% e o acumulado em 12 meses alcança 8,35% na capital goiana. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Já em agosto do ano anterior, o índice foi de 1,34% em Goiânia. No Brasil, a prévia da inflação ficou em -0,73% em agosto, após variação de 0,13% em julho. De acordo com o estudo, foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em novembro de 1991. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, de 9,60%, abaixo dos 11,39% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2021, a taxa foi de 0,89%.

O economista Luiz Carlos Ongaratto atribui este percentual às alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Segundo ele, o Estado tinha uma alíquota elevada, especialmente com relação aos custos dos transportes, focando na gasolina. “Tivemos um peso muito grande nessa retração. Como houve uma grande diminuição dos preços dos combustíveis, esse índice fica mascarado. Não é que o preço da alimentação tenha ficado mais barato. É a média do índice que fica menor”, aponta. 

Também foram registrados aumento nos custos de outros produtos, mas com um peso menor do que o praticado anteriormente, explica o especialista. “Também para contrabalancear, habitação e transportes também tiveram uma redução muito grande”, destaca.

Regulação 

Para o economista e doutor em Transportes, Adriano Paranaiba, do Mova-se Fórum de Mobilidade, a questão da distribuição e revenda do combustível constitui um grande problema.  Conforme explica ele, que é professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), existe muita regulação em cima da distribuição. Isso termina por criar arranjos constitucionais que encarecem a forma de distribuir o combustível. Para o especialista há vários pontos importantes do qual o governo não está discutindo. 

“Temos um problema que é a dificuldade de o consumidor encontrar alternativas. Ele fica refém de comprar do único fornecedor que é a Petrobras.  Dessa forma, há um impacto muito grande nos fretes, nos preços das passagens, que termina por influenciar toda a cadeia produtiva nacional”, avalia. 

Combustíveis e energia elétrica 

Conforme a pesquisa do IBGE, a redução do ICMS em Goiás influenciou a queda do IPCA-15 na Capital. Os combustíveis de veículos apresentaram queda de 15,91% no mês. O principal subitem foi a gasolina, que caiu 17,66% no mês. O etanol caiu 11,75% na prévia de agosto. O óleo diesel, por sua vez, subiu 0,54% na capital goiana, acumulando alta de 36,48% no ano e 59,60% em 12 meses. Já a energia elétrica residencial também pressionou a queda do IPCA-15 em Goiânia. O subitem caiu pela quarta vez seguida (-6,15%). 

Vestuário, alimentação e bebidas 

A análise por grupos mostra que, dos nove pesquisados, cinco apresentaram alta na prévia da inflação de agosto em Goiânia. A maior alta no mês ocorreu no grupo Vestuário (1,81%), sexto crescimento consecutivo. Com isso, o grupo já acumula variação de 14,12% no ano e de 14,96% nos últimos 12 meses. 

Em agosto, nenhum item desse grupo registrou queda e a maior alta foi na roupa masculina (2,97%), que já acumula crescimento de 22,41% em 2022; seguido de calçados e acessórios (2,68%), com alta de 17,02% no ano. Outro item que tem o acumulado superior a 10% em 2022 e que subiu em agosto foi roupa feminina, 11,28% e 0,77%, respectivamente. 

O segundo grupo com a maior alta em agosto foi Alimentação e bebidas (1,48%), sétima alta no ano, levando a um acumulado de 10,86% em 2022 e de 15,14% em 12 meses. Entre os itens que mais subiram em agosto na Capital estão: leites e derivados (11,95%), acumulando 48,05% de alta no ano; frutas (5,69%), com crescimento de 19,77% em 2022; e panificados (1,89%), variação de 15,65% entre janeiro e agosto de 2022. 

“Na análise dos subitens do grupo pelo peso mensal na cesta de consumo do goianiense, observam-se as altas no mês de agosto de: 0,82% na refeição, acumulando alta de 5,28% no ano e de 8,69% nos últimos 12 meses; 0,53% no lanche, com crescimento de 14,49% em 2022; 1,84% no contrafilé, 6,69% no ano e de 9,97% em 12 meses; 17,14% no leite longa vida, acarretando uma alta de 75,72% de janeiro a agosto de 2022; e 3,49% no pão francês, com acumulado de 16,80% em 2022”, mostra o levantamento. 

Fecham os grupos que apresentaram alta na prévia da inflação no mês de agosto em Goiânia, Saúde e cuidados pessoais (0,67%), Educação (0,61%) e Despesas pessoais (0,46%). (Especial para O Hoje).

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