Dramaturgo Hélio Froes retorna ao palco com monólogo que traz ficção e fabulação de memórias
Ator e dramaturgo Hélio Fróes retorna aos palcos com estreia do monólogo ‘Cobre do meu pai’
Após 12 anos longe dos palcos, o ator e dramaturgo Hélio Fróes retorna com o monólogo ‘Cobre do meu pai’, um monólogo que envolve uma jornada pessoal e profunda que mergulha em suas memórias. A estreia do espetáculo acontece nos dias 16, 17 e 18 de outubro, às 20h, no Teatro Sesc Centro.
No palco, há apenas um tapete de couro redondo, um tacho de cobre, o artista e suas recordações ficcionais sobre o seu pai e a sua relação com ele. A apresentação é uma obra delicada, minimalista e profunda que aborda temas como identidade e memória, patriarcado e masculinidades. A narrativa se origina de uma história real que se transforma em uma ficção e na recriação das memórias de Hélio sobre seu pai.
“São questões pessoais, mas que também têm uma dimensão universal, na medida em que o trabalho aborda temas que o público também poderá se identificar”, compartilha o dramaturgo.
No centro dessa trama, encontra-se a relação infantil entre Hélio e seu pai, um homem que, na visão de uma criança, era um verdadeiro herói. Contudo, à medida que a narrativa avança, revela-se um passado repleto de sombras e comportamentos que desafiam essa imagem paterna.
Ao longo destes doze anos distante dos palcos, Hélio Fróes enfrentou dificuldades em sua vida pessoal e novas oportunidades em sua carreira. Seu pai faleceu em decorrência de um câncer e, um ano depois, ele também lidou com a mesma enfermidade.
Sutilezas em cena
No palco, o único elemento cênico é um grande tacho de cobre de cem litros posicionado sobre um tapete circular de couro. “Esta peça tem um grande peso no texto. A intenção em adotar essa perspectiva minimalista é amplificar a narrativa da peça e envolver o público. São dois elementos circulares que ecoam o tema central da narrativa. A simplicidade e a simetria desses elementos reforçam a ideia de que o passado está sempre presente”, explica Fróes. Ele observa que o cobre, material do tacho, possui um significado duplo no título da obra: tanto como substantivo quanto como verbo.
O tacho de cobre se torna um símbolo significativo na narrativa, representando a herança familiar e os segredos escondidos. Sua venda se transforma em um rito de passagem para o protagonista, forçando-o a confrontar seu passado e a sair de sua zona de conforto. A combinação de humor e poesia é uma escolha fascinante. “Isso permite que a peça equilibre o peso do drama com momentos leves e reflexivos. O humor pode ser usado para aliviar a tensão e criar conexões emocionais com o público, enquanto a poesia adiciona profundidade e beleza à narrativa”, antecipa Fróes.
Este projeto foi contemplado pelo Edital de Arte e Criação em Goiás da Lei Federal Paulo Gustavo.
SERVIÇO
‘Cobre do meu pai’, com Hélio Fróes
Quando: 16, 17 e 18 de outubro
Onde: R. 15, Nº 178-298, St. Central – Goiânia
Horário: 20h
Entrada gratuita