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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Outubro Rosa

423 mulheres goianas enfrentam o câncer de mama

Em 2021, 1.231 pessoas estavam em tratamento contra o câncer de mama em Goiás

Postado em 4 de outubro de 2022 por Sabrina Vilela

“De imediato, eu pensei que iria morrer”. Esse foi o sentimento da esteticista, Yara Cheurun Mendonça, 56, ao receber o diagnóstico de câncer de mama no final de 2013. Ela descobriu a enfermidade quando foi fazer uma plástica para levantar os seios. Yara já havia tentado realizar o procedimento em 2000, mas o corpo rejeitou e apareceu um nódulo. O médico então pediu que realizasse uma biópsia no caroço da mama. “Nunca imaginaria que teria câncer. Eu estava animada em tirar o caroço e arrumar meus seios. Quando descobri o câncer foi um choque para mim”. 

Quando recebeu a notícia, ela já foi encaminhada para o médico e iniciou o tratamento com quimioterapia visto que o caroço já estava com cinco centímetros. A esteticista teve que passar por todo o processo doloroso da quimioterapia, ela ficou inchada, perdeu os cabelos e fez duas cirurgias no quadrante. Quando ela tentou dar entrada na radioterapia não deu certo porque  ainda havia resquícios do nódulo. Depois disso, Mendonça resolveu trocar de médico e fez a retirada total da mama.  

A luta contra a doença foi até 2017, mas até hoje ela passa por acompanhamentos. “Eu cresci muito na minha vida espiritual, dei mais valor à vida , as coisas, dar valor à família. Até a minha alimentação mudou por conta da doença”. 

Ela explica que foi orientada a ter uma boa alimentação e evitar carboidrato para não virar açúcar e também trabalhar a parte emocional que contribui para uma melhora mais significativa. Apesar de não ter mais o câncer, Yara relata que não tem mais a disposição de antes como correr em uma esteira, a memória está enfraquecida e também está com os pés e as mãos adormecidas devido a sequelas da quimioterapia. 

Diagnóstico e tratamento 

O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil . De acordo com estudos do Instituto Nacional de Câncer  (Inca) estima-se que em 2022, 66.280 casos novos da doença irão ser diagnosticados. Os estudos da instituição apontam também que o peso da alimentação é importante e que desenvolver hábitos saudáveis podem evitar 28% dos casos. 

Mastologista e professora de Medicina do Centro Universitário São Camilo de São Paulo,  Karen Cristina Camarotto, explica que a importância da Campanha do Outubro Rosa é importante para alertar a mulher de realizar o exame das mamas com ginecologista, fazer o rastreamento com a mamografia em mulheres acima de 40 anos. Ela afirma que com a detecção de um tumor inicial , o tratamento tende a um maior sucesso.

Na epidemiologia do câncer de mama há maior risco em pacientes com menarca precoce, menopausa tardia, mulheres que não amamentaram ,sedentárias,obesas, mulheres com antecedentes familiares próximos de câncer de mama, como mãe ou  irmã, conforme destaca a especialista. 

“Mulheres que fazem reposição hormonal precisam ser avaliadas por seus médicos. Daí a importância das mulheres terem um bom estilo de vida,uma boa alimentação, praticar atividade física e uma regularidade de consultas ao ginecologista”.

Camarotto explica ainda que a cirurgia pode ser conservadora ou mais radical, isso vai depender do tamanho do tumor, tamanho da mama. O diagnóstico é feito por biópsia do tumor. Esse procedimento é solicitado pelo mastologista e feito com anestesia local, conforme apoia a doutora Karen. 

Para ela, a mamografia é importante porque pode detectar lesões pré malignas ou detectar tumores malignos iniciais. Dessa forma o tratamento dessas patologias podem ser tratadas da forma adequada com boas respostas.

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