‘Quem disse que em Goiás só tem música sertaneja?’
Questionam os rappers goianos do ‘7 Copas’, Bujo e Antonini, no ‘Papo Xadrez’
Guilherme de Andrade
Aconteceu, nesta segunda-feira (3), a 33° transmissão ao vivo do ‘Papo Xadrez’ com os meninos do duo goiano de Rap, o ‘7 Copas’. Bujo, o dito cujo, e Sérgio Antonini estiveram nos estúdios do jornal ‘O Hoje’, abrindo uma série dedicada à música no podcast, falando sobre o Rap. Os artistas contam dos gostos e dos desgostos de se dedicarem a um gênero marginal na terra do sertanejo. Esse encontro segue disponível na íntegra pelo canal Youtube ‘Papo Xadrez’.
No início da transmissão, os apresentadores buscam saber do início da vida dos rappers. Bujo conta que nasceu em Anápolis e que aos 10 anos se mudou com a família para tentar a sorte nos Estados Unidos. Dos anos como imigrante ilegal, ele trouxe para sua música as lutas e preconceitos vividos enquanto estrangeiro e as influências do rap norte-americano. “Meu sonho sempre foi a música, saca? Desde criança”, compartilha celebrando o apoio que sempre teve de sua família.
Antonini conta de sua infância e adolescência entre Goiânia e Senador Canedo. O rapper fala das influências musicais que vieram de sua família, do contato com a música através da igreja, do período trabalhando como atendente e da banda de reggae que teve antes do ‘7 Copas’. “Eu sabia o que eu queria, e eu sabia que eu era capaz de fazer aquilo só que eu não tinha a arma para fazer, eu estava sozinho”, resume as frustrações anteriores.
O surgimento do ‘7 Copas’ se deve um pouco ao acaso. Antonini e Bujo só foram se conhecer na vida adulta: Bujo era sócio de um bar em que Antonini tocava com sua banda de reggae. Um conheceu a produção musical inicial do outro através das redes, e logo surgiu uma identificação. “Foi muito importante essa parceria, essa irmandade, para além do 7 Copas”, resumem o apoio na vida pessoal que um fornece ao outro como essencial para o deslanchar do sonho na música.
Hoje, juntos, Bujo e Antonini sob o nome de ‘7 Copas’ se apresentam em vários Estados Brasil afora, nos maiores palcos de Goiás, somam dezenas de músicas autorais gravadas com outras dezenas de clipes. Bujo fala que o Rap sempre o ajudou em momentos difíceis e que agora, como artista, gostaria de retribuir. Na letra de ‘Verdades duras demais’ eles cantam o sonho: “Eu sonho demais, podia estar estudando. Hoje tive que pedir uns 5 reais para minha mãe para eu ir pro trampo. Tudo que eu mais queria era tá cantando”.
Na voz dos apresentadores
Depois da transmissão, a apresentadora Ananda Leonel fala da versatilidade da dupla: “Os meninos estão na composição, nos vocais, nos instrumentos, na produção… eles fazem de tudo”. Ananda fala não apenas da qualidade melódica mas também do conteúdo e da técnica que acompanha o ‘7 Copas’ em todas as plataformas. “Do love song as canções com filosofias de vida, eles estão em todas!”, finaliza.
O apresentador Felipe Cardoso não poupou elogios ao encontro e ao trabalho do ‘7 Copas’. “Com 3 anos de duo eles já estão ocupando os maiores palcos do Estado. Tenho a certeza de que em breve eles estarão tocando no Rock in Rio”, afirma. Felipe conta que já conhecia o som de Bujo e Antonini, mas que depois de vê-los ao vivo virou fã! “A presença de palco, a troca com a plateia, a energia da apresentação… tudo muito envolvente”, finaliza.
Nos últimos episódios
Os rappers de ‘Pequi Town’, Bujo e Antonini, estão no 33° episódio do podcast, dando início ao mês da música no ‘Papo Xadrez’. Daqui pra frente, vamos ter um encontro com o pessoal do sertanejo numa semana, com alguns DJ ‘s em outra… enfim, são diferentes perspectivas sobre o mundo da música nos estúdios do jornal ‘O Hoje’ para o mês de Outubro. A transmissão com o ‘7 Copas’ e os outros episódios do mês da música para você através do canal Youtube ‘Papo Xadrez’.
Na última transmissão ao vivo, Hiago Gonçalves e Thiago Galiza, os representantes da escola Saga, a maior escola gamer da América Latina, estiveram de frente com os apresentadores Felipe e Ananda. O bate-papo entre os fãs e profissionais desse nicho destacou a importância crescente do universo digital e do domínio das novas ferramentas online para o mercado de trabalho. Falando da experiência que têm atuando nesse setor, os convidados sintetizam: “É um mundo atrás da outra parte da mesa”.
O 31° episódio do ‘Papo Xadrez’ aconteceu com o juiz do tribunal de júri de Goiânia, Jesseir Coelho de Alcântara. Esse encontro vem na esteira de uma série de episódios dedicados ao sistema jurídico e investigativo do país: a ideia é saber, através de diferentes perspectivas, como funciona a aplicação da lei no Brasil. Seja o defensor público, Salomão Rodrigues, seja o perito criminal, Antenor Pinheiro, ou o próprio juiz Jesseir, nenhum deles nega falhas no sistema. Buscando possíveis razões para as falhas evidentes, o juiz compartilha: “O próprio sistema dificulta” e “falta de vontade”. (Especial para ‘O Hoje’)