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sábado, 23 de novembro de 2024
Mercado

Alta nas vendas de veículos causa redução no preço de usados

Quem se rendeu aos preços altíssimos pode amargar grandes prejuízos nos próximos meses

Postado em 6 de outubro de 2022 por Redação

Após uma movimentação frenética no mercado de carros usados entre 2020 e 2021 no país. No ano passado, esses modelos ficaram até 24% mais caros, a depender do ano de fabricação.

No entanto, o mercado já dá fortes sinais de estabilização: de acordo com os dados da Fenauto (Federação Nacional dos Revendedores de Veículos), a média dos preços dos veículos usados caiu 7,5% no intervalo de três meses entre abril e junho deste ano. Isso quer dizer que quem se rendeu aos preços altíssimos pode amargar grandes prejuízos nos próximos meses.

Um dos grandes motivos é a venda de veículos automotores novos em setembro que registrou alta de 19,33% na comparação com o mesmo mês de 2021. No mês passado foram comercializados 335.304 unidades, ante 280.979 em setembro do ano passado. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou hoje (4) os dados de setembro.

Outro motivo é a renovação de frota das locadoras de veículos. Desde maio, a participação do setor de locação nas compras de veículos novos tem aumentado, chegando a 32% do que foi vendido em julho. No primeiro semestre, foram mais de 220 mil veículos comprados por essas empresas. Isso significa que as locadoras colocarão parte dos seus automóveis usados à venda, comumente com preços atrativos.

Os especialistas também apontam para outro extremo: o consumidor que decidiu simplesmente não comprar carro nenhum, ou seja, desiste de tentar acompanhar a alta dos preços. Para se ter uma ideia, um levantamento da Serasa e Opinion Box mostra que a renda de 34% da população foi reduzida após dois anos de covid-19 – sem contar a perda do poder de compra causada pela inflação.

A baixa demanda, apesar da redução recente do preço dos combustíveis, o alto custo acumulado para abastecer o carro fez o consumidor perder o interesse pela troca de automóvel. No mês passado, as vendas de automóveis usados caiu 2,2%, acumulando redução de 18% ao longo do primeiro semestre. Estes dados são da Fenauto, Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores.

Nas lojas e também em feirões de carros, o ticket médio caiu. Os carros mais velhos, fabricados até 2009, representam a maior procura, com 1,9 milhão de unidades transacionadas no primeiro semestre. O cenário é diferente de 2021 onde os carros com até oito anos de fabricação foram os mais vendidos nas lojas.

Na comparação com agosto, as vendas registraram queda de 3,26% em setembro. Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano, houve alta de 2,1% na comparação com o mesmo período do ano passado

Os dados da Fenabrave levam em conta as vendas de automóveis e comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas e implementos rodoviários.

Segmentos

As vendas de automóveis e comerciais leves tiveram elevação nas vendas em setembro de 26,76% em relação ao mesmo mês de 2021. Já na comparação com o mês anterior, agosto de 2022, houve queda de 7,12%. No acumulado do ano, foi registrada queda de 5,08% em relação ao mesmo período de 2021 para o segmento.

No caso dos caminhões, todos os índices ficaram negativos em setembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda é de 4,02%. Na comparação com agosto, a retração foi de 9,81%. De janeiro a setembro, a queda foi 1,8%, na comparação com o mesmo período de 2021.

“Essa queda se deve à falta de componentes e ao fato de que caminhão é algo muito específico, feito por encomenda, com tecnologia muito maior do que a dos outros veículos”.

As vendas de implementos rodoviários apresentaram crescimento de 7,73% na comparação com setembro do ano passado, mas tiveram queda de 5,39% ante agosto deste ano. No acumulado de janeiro a setembro a queda foi de 8,19%. (Especial para O Hoje)

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