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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Review

Omar Apollo tenta superar coração partido em seu novo álbum, Ivory

Lançada no dia 18 de abril de 2022, a obra nos mostra uma versão pós-término e, até mesmo, melancólica de Omar

Postado em 9 de outubro de 2022 por Ana Bárbara Quêtto

Ivory, primeiro álbum de estúdio do músico Omar Apollo, 25, é uma mistura de ancestralidade mexicana, rap, pop, r&b e coração partido. Lançada no dia 18 de abril de 2022, a obra nos mostra uma versão pós-término e, até mesmo, melancólica de Omar.

Nascido em Indiana, nos Estados Unidos, e filho de pais mexicanos, o jovem é um músico autodidata. Apolonio, seu nome do meio, que foi dado como uma homenagem a seu avô, aprendeu a tocar guitarra aos 13 anos com vídeos no Youtube.

Em setembro de 2021, quatro dias antes de começar sua turnê, Omar compartilhou uma mensagem de desculpas aos fãs cancelando os shows. O motivo? A criação de um álbum, que naquele momento estava pronto, mas, que não parecia ser dele.

“Eu estava tipo, caramba. Não estabeleci limites com ninguém. Tudo que eu fazia, eu mandava para meu empresário e para o pessoal da gravadora e dava acesso direto a todo o processo. Esse foi meu maior erro: não era mais minha música. Era mais como um monte de opiniões.”, disse o cantor à revista RollingStone.

Com influencias de SZA, Juan Gabriel e, inclusive, Frank Ocean – uma possível inspiração para a música “Evergreen” – o letrista mudou completamente a percepção do público acerca de seu estilo. Deixando para trás, assim, qualquer decisão que tomou (ou não) em relação à sua carreira.

Saiba mais sobre algumas músicas do álbum:

Ivory

A primeira música do álbum e também, não coincidentemente, a que o nomeia, descreve perfeitamente o tema do disco. Interpretada, escrita e produzida por Apollo, Ivory nos entrega um clássico do R&B “de quarto”, com vocais cheios de reverberação sob guitarras elétricas.

Em entrevista à Apple Music, Omar contou porque escolheu essa palavra para ser o nome de seu primeiro álbum. “Eu, honestamente, amo palavras que terminam em vogais. Mas, escrevi uma canção chamada ‘Ivory’ e é sobre fazer uma promessa com alguém, que você jamais quebraria.”

Talk

O sucessor de Ivory, apesar de não se parecer com nada que o jovem já lançou, se encaixa impecavelmente com seus vocais. No entanto, é uma música que pode passar despercebida ao lado de ‘En El Olvido’ ou ‘Tamagotchi”.

Mesmo com a batida “up tempo”, a letra representa a angústia da geração Z em relação à solidão. No segundo verso, por exemplo, Omar canta: “Sim, eu realmente preciso te ver, não brincando. Mas eu realmente preciso de algum tempo para estar aberto. Eu nunca fui realmente sincero”.

No Good Reason

Produzida por Carter Lang, produtor principal do disco e “cérebro” por trás do “coração” de SZA em ‘Ctrl’, a terceira música do cedê se utiliza amplamente da ferramenta autotune – estilo criticado quando usado por artistas como Billie Eilish.

Invincible (feat. Daniel Ceaser)

O primeiro single da era Ivory, que conta com participação do cantor Daniel Ceaser, era, originalmente, voltado para o rock e folk. No entanto, ao entrar na colaboração, a consagrada voz do R&B contemporâneo inseriu elementos de reggae.

Killing Me

Embora a quarta música do álbum não tenha sido escrita por Omar, sua voz sempre será seu ás na manga. O cantor sabe exatamente como transmitir a mensagem de urgência que a canção passa.

“O que eu faço me faz pensar se estou bem. Segurando sentimentos como se fosse o fim da minha vida”, canta. Também produzida por Lang, “Killing Me” é a primeira vez que ouvimos o compositor cantando em espanhol no álbum, sua segunda língua.

Personally

Nem só de grandes produções vive o homem. ‘Personally’ é marcada por uma melodia simples e grandes vocais, sem contar a letra marcante, a qual foi escrita pelo compositor Noah Goldstein.

Noah já colaborou com diversos artistas, como Rosalía, Big Sean e, principalmente, Kanye West. Goldstein compôs o hit ‘FourFiveSeconds’, com participação de Ye, Rihanna e Paul McCartney.

No trecho, “ O que temos não está funcionando para mim… Tudo o que fez foi mudar a pessoa em mim”, Omar, de forma angelical, nos mostra que, para permanecer na relação, teria que revogar a pessoa que um dia foi, em prol de seu parceiro (a).

Tamagotchi

Produzida por Pharrel Williams, ‘Tamagotchi’ é uma mistura de emoções. Na décima segunda faixa, Apollo canta novamente em inglês e espanhol. A canção é uma infusão latina e apresenta guitarras espanholas e batidas rápidas por baixo dos vocais de Omar.

Assim como em “Em El Olvido”, a canção transborda ancestralidade e pode ser considerada uma carta de amor a cultura latina, passada pelos pais do cantor. A súbita troca de atmosfera de “Em El Olvido” para ‘Tamagotchi’ não espanta os ouvintes devido ao fácil deslize de faixa para faixa.

Evergreen

Após passar o álbum inteiro se indagando sobre solidão, amor e angústia, Omar arranca o coração da manga e o joga aos pés de seu parceiro. Isso é perceptível no trecho: “Por favor, não volte para casa, para mim…”. Aqui, o cantor suplica que seu amante não retorne, porque, caso o faça, ele aceitará, deixando para trás todos os problemas que não foram resolvidos.

Mais uma vez, com vocais impecáveis, Apollo conta a história de um homem que está apaixonado por uma mulher, tema que percorre mais de uma vez pelo disco. Nessa canção, você consegue sentir, realmente, a dor que muitas pessoas queers enfrentam.

“Ela nunca poderia te amar mais do que eu”, ele canta. Por fim, Omar cantarola três vezes a seguinte frase: “Ele não me ama mais”. A canção está viralizando no TikTok e já ultrapassou mais de 34 milhões de views no Spotify.

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