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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Menor Patamar

Vendas de supermercados estagnam e levam varejo ao menor patamar

Artigos farmacêuticos também contribuíram no peso dessa ancoragem

Postado em 12 de outubro de 2022 por Redação

Por: Vinicius Marques

Apesar do volume de vendas estar 1.1% acima da pré-pandemia, o resultado de agosto posiciona o comércio no menor patamar do ano de 2022, de acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

As vendas de hipermercados subiram ligeiramente 0,2% em agosto, em relação ao mês anterior, quando recuaram 0,7%. Ao mesmo tempo, a venda de produtos farmacêuticos caiu 0,3%. Segundo Santos, o desempenho desses dois setores funcionou como espécie de âncora para o resultado geral.

“Ficou muito clara a participação da atividade de hiper e supermercados como fator âncora, segurando a variação muito próxima ao zero. A atividade pesa cerca de 50% no índice global. Artigos farmacêuticos também contribuíram em termos de peso para essa ancoragem”, explica o pesquisador.

O volume de vendas do comércio varejista no país mostrou estabilidade na passagem de julho para agosto, registrando variação de -0,1%. No entanto, este é o terceiro mês consecutivo de taxa no campo negativo, período em que acumulou perda de 2,5%. Na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 1,6%. No ano, o setor acumulou aumento de 0,5%, e, nos últimos 12 meses, queda de 1,4%.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada sexta-feira (7) pelo IBGE. De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado de agosto posiciona o comércio no menor patamar do ano de 2022. Ainda em termos de patamar, o volume de vendas do comércio se encontra 1.1% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 5,2% abaixo do ponto mais alto da série, em outubro de 2020. “A trajetória da PMC depois da pandemia ainda é bem volátil”, explica.

“Este mês, ficou muito clara a participação da atividade de Hiper e supermercados como fator âncora, segurando a variação muito próxima ao zero. A atividade pesa cerca de 50% no índice global. Artigos farmacêuticos, com -0,3%, também contribuíram em termos de peso para essa ancoragem”, explica o pesquisador.

No resultado de agosto contra julho, cinco das oito atividades pesquisadas estavam no campo positivo: Tecidos, vestuário e calçados (13,0%), Combustíveis e lubrificantes (3,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), Móveis e eletrodomésticos (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%). 

Já as atividades com variações no campo negativo foram: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,4%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,3%).

O Economista e Coordenador do centro de pesquisas da Unialfa, Aurelio Troncoso, afirma que a alta dos juros impacta negativamente no consumo das famílias. “O Brasil tem controlado a inflação com a alta dos juros e isso não é bom para o consumo das famílias, por mais que haja uma diminuição dos preços em alguns setores, como de combustível e lubrificantes, os altos preços dos alimentos impactam o consumo direto, levando à acúmulos dos estoques e consequentemente diminuindo o crescimento das indústrias, como mostra a pesquisa. É uma bola de neve”, explica o economista.

Aurélio ainda avalia que o controle inflacionário está sendo feito de forma equivocada pelo governo. “O governo federal faz um controle diferente, estamos tendo deflação por causa da elevação da taxa de juros, essa impede o empresário de produzir, mata o trabalhador, quando tem deflação sobra produtos nas prateleiras e com estoque alto desemprega gente”, avalia.

Análise de outros setores

Por outro lado, a atividade de Material de construção teve queda de 0,8%. “Houve um forte crescimento após a pandemia, tanto para obras residenciais, num primeiro momento, como para obras maiores, numa segunda onda. Agora, aos poucos, esse crescimento está sendo descontado. A atividade chegou a estar mais de 12,0% acima do patamar pré-pandemia e hoje está 1,6% acima”, contextualiza Santos.

Vendas do varejo

Na passagem de julho para agosto, 15 unidades da federação tiveram alta, com destaque para Paraíba (27,1%), Roraima (3,9%) e Distrito Federal (3,6%). Já entre as quedas, destacam-se Sergipe (-2,2%), Rondônia (-1,9%) e Pernambuco (-1,7%).

Frente a agosto de 2021, houve resultados positivos em 20 unidades da federação, com destaque para: Paraíba (35,6%), Roraima (16,5%) e Mato Grosso (16,3%). Pressionando negativamente destacam-se Rio de Janeiro (-6,7%), Pernambuco (-5,0%) e Rondônia (-3,8%). Goiás registrou estabilidade (0,0%).

“Esse crescimento na Paraíba está relacionado a estratégias de grandes empresas em relação a distribuição e comercialização de seus produtos. A Paraíba hoje é um polo de distribuição no Nordeste”, explica Santos.

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