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sábado, 23 de novembro de 2024
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Gastronomia

Panetone: tradicionalmente a cara do Natal

Chegou o momento do pão doce mais famoso e mais aromático do mundo, o panetone ganha os holofotes e surpreende com versões para todos os gostos

Postado em 15 de dezembro de 2022 por Lanna Oliveira

A época mais mágica do ano se aproxima, já consigo sentir o cheiro do Natal. Celebração do nascimento de Cristo, árvores decoradas, luzes iluminando, e o espírito natalino tomando conta da energia de todos. Tudo isso resume este período, mas não esqueçamos da mesa recheada de receitas saborosas e claro, o tradicional panetone que não pode faltar. Com o surgimento permeado por lendas, a sobremesa continua sendo símbolo da data e ganha destaque. Nada mais justo que ceder este espaço gastronômico para essa delícia.

É chegado o momento do pão doce mais famoso e mais aromático do mundo. Naturalmente, no Natal o panetone ganha os holofotes e com razão. Seja a receita tradicional, com recheio de frutas cristalizadas, ou as adaptadas, ele ganhou os corações brasileiros. Além do aroma, do sabor e do aspecto macio que agrada, sua origem também chama a atenção, já que são várias versões da história. Com origem na Itália entre os anos de 1400 e 1500, não se sabe ao certo sua verdadeira história, porém durante séculos foram contadas várias lendas. 

Uma das histórias diz que o panetone foi criado por um padeiro chamado Toni, ele teria se apaixonado pela filha do patrão e teria inventado o pão doce para impressionar o pai de sua amada. Os fregueses amaram a novidade e passaram a pedir o ‘Pani de Toni’. Outra lenda contada é que o panetone foi inventado na corte de Ludovico, o Mouro, na véspera do Natal, onde a sobremesa que havia sido preparada para o grande banquete tinha queimado. Um dos empregados, chamado Antonio, havia preparado uma massa com sobras de ingredientes.

De acordo com historiadores, o panetone possui uma receita de tradição coletiva, portanto, não tem como saber com exatidão sua origem. No entanto, é possível saber a origem dos ancestrais do panetone, ou seja, do pão doce ou como eram chamados, pão de festa. Na confecção do pão doce era adicionado à massa, açúcar, uva passas e especiarias, e era consumido em banquetes importantes, como no Natal, por exemplo. E ao longo dos anos, foi sendo modificado, até chegar à receita que conhecemos hoje.

No Brasil sua chegada coincide com a data da Segunda Guerra Mundial, quando os imigrantes italianos vieram em peso para o País. Por ser uma receita tradicionalmente natalina e muito querida por boa parte da população, é natural que a mesma começasse a ser repassada entre gerações após a instalação das grandes colônias italianas por aqui. Passados os séculos continua sendo o símbolo da comemoração, agora com novas versões como é o caso do chocotone, com caramelo, trufado, coockies ou baunilha. E você prefere qual dessas delícias?

Mas há um detalhe importante sobre o prato amado dos brasileiros. A receita clássica é uma só, protegida por um decreto assinado em 2005 na Itália, que determina as quantidades mínimas de cada ingrediente que devem ser usadas na confecção desse pão. Para ser um panetone de verdade, portanto, é preciso acertar as quantidades de farinha, sal, água, açúcar, ovos e frutas cristalizadas determinadas neste decreto, o que não impediu que nós brasileiros não tenhamos dado um jeito de criar nossas próprias receitas, não é mesmo?

foto: Reprodução

Curiosidades da receita

De acordo com a cultura italiana, na véspera de Ano Novo, uma criada da casa esconde uma moeda de ouro dentro do panetone. Então, aguardam para saber quem será que fica com a fatia contendo a moeda, pois este terá muita sorte no próximo ano. O São Brás também participa dessas tradições. Em Milão, é costume guardar uma fatia do panetone que foi servido no Natal e comê-lo no café da manhã do dia 3 de fevereiro, data em que é comemorado o dia do santo. Inclusive, os italianos acreditam que fazendo isso, evitam resfriados e dores de garganta.

Outro costume bem antigo é o do pão partido, que foi contada por Pietro Verri, filósofo iluminista do século IX. Durante as festividades cristãs, as famílias se reuniam próximas à lareira e aguardavam que o patriarca da família repartisse o panetone e distribuísse. Esse costume representa a comunhão e a partilha. E por fim, a receita ganha um evento anual, o Festival do Panetone. No evento, empresas especializadas expõem as iguarias, e todos os visitantes podem experimentar. Além de dar aulas rápidas sobre confeitarias com chefes renomados.

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