Artesanato indígena amazônico ganha destaque em passarelas internacionais
Coleção ‘Muiraquitã’, do estilista Maurício Duarte, valoriza saberes ancestrais e sustentabilidade em desfiles em Nova York e Milão
Peças criadas pelas mãos de artesãs indígenas da Amazônia conquistaram as passarelas internacionais durante as semanas de moda em Nova York e Milão. Utilizando fibras de tucum, buriti, escamas de pirarucu e sementes de açaí, essas obras-primas fazem parte da coleção ‘Muiraquitã’ do estilista manauara Maurício Duarte, do povo Kaixana. Maurício, um dos nomes mais promissores da moda brasileira, tem promovido o artesanato indígena em vitrines globais, valorizando a cultura e os saberes ancestrais.
O desfile, que estreou em Nova York na última sexta-feira (11), contou com peças produzidas por artesãs de diferentes associações indígenas, incluindo a Associação de Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro e a Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira. Em Milão, a coleção também impressionou durante um showroom de marcas. A modelo Naomi Campbell chegou a posar com uma faixa de arumã criada por essas artesãs, aumentando ainda mais a visibilidade do trabalho indígena.
Maurício Duarte, que esteve envolvido em oficinas de teçume e trocas de saberes com essas mulheres, destacou a importância da colaboração e da valorização dos povos originários. A coleção simboliza essa união entre moda, ancestralidade e sustentabilidade, fortalecendo o protagonismo das artesãs indígenas na indústria fashion global.
Essas iniciativas fazem parte do projeto ‘Parentas que Fazem’, apoiado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Makira-E’ta, Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas. A colaboração entre Maurício e as artesãs não apenas coloca o artesanato indígena em destaque, mas também contribui para o desenvolvimento social e econômico dessas comunidades.