Maníaco do Parque: filme biográfico sobre o serial killer brasileiro estreia no Prime Video
Longa aborda crimes que chocaram o Brasil nos anos 90, trazendo uma mistura de fatos reais e elementos ficcionais
Estreou nesta sexta-feira (18), no streaming da Amazon Prime Video, o filme “Maníaco do Parque”, uma produção nacional que retrata a história de Francisco de Assis Pereira, um dos serial killers mais infames do Brasil.
Condenado por estuprar e matar várias mulheres na zona sul de São Paulo entre 1997 e 1998, Pereira se tornou conhecido como o “Maníaco do Parque” após seus crimes serem revelados pela polícia e pela mídia. O longa, dirigido por Mauricio Eça, conhecido por “A Menina que Matou os Pais”, combina fatos históricos com uma narrativa ficcional para contar essa história perturbadora.
No filme, o ator Silvero Pereira interpreta Francisco, trazendo uma visão multifacetada do criminoso. A trama segue sua trajetória desde o momento em que atraía suas vítimas ao Parque do Estado, até sua prisão e condenação. Ao longo da produção, os espectadores são expostos aos horrores cometidos pelo assassino, que violentou e matou pelo menos 10 mulheres, além de atacar várias outras. Seus crimes não apenas chocaram o país, mas também deixaram um legado de medo e insegurança, especialmente entre as mulheres de São Paulo naquela época.
O papel da ficção e a criação de novas personagens
Uma das escolhas criativas mais notáveis do filme é a inclusão de personagens fictícios para enriquecer a narrativa e humanizar o ponto de vista das vítimas. A jornalista Elena Pellegrino, interpretada por Giovanna Grigio, surge como uma protagonista que se dedica a investigar os crimes e buscar justiça para as vítimas. Embora a personagem não exista na vida real, sua inclusão foi uma maneira de criar um contraponto feminino forte à violência do criminoso. Junto com sua irmã, Martha, uma psicóloga interpretada por Mel Lisboa, Elena tenta entender o que levou Francisco a cometer esses atos brutais.
Em entrevista ao G1, Silvero Pereira explicou que a presença dessas personagens foi essencial para tornar a trama mais acessível ao público e destacar a importância de se ouvir as vozes femininas na investigação. “Havia uma dificuldade imensa de se ouvir as mulheres quando elas iam relatar sobre essas questões”, comentou o ator, destacando que o roteiro buscou criar uma história que refletisse a realidade de como as vítimas eram tratadas e como suas vozes eram muitas vezes silenciadas.
Os crimes reais
Entre 1997 e 1998, Francisco de Assis Pereira aterrorizou a capital paulista. Motoboy de profissão, ele atraía suas vítimas sob o pretexto de um passeio no Parque do Estado, uma das principais áreas verdes de São Paulo. Uma vez lá, ele atacava as mulheres, estuprando e, em muitos casos, as assassinando. O modus operandi de Pereira, aliado à sua habilidade em manter uma aparência de normalidade no cotidiano, fez com que a polícia tivesse grande dificuldade em identificá-lo no início das investigações.
A prisão de Francisco ocorreu em 1998, na cidade de Itaqui, no Rio Grande do Sul, perto da fronteira com a Argentina. Ele foi condenado a 268 anos de prisão por seus crimes, após um julgamento que atraiu a atenção de todo o país.
Uma história que continua a impactar
Embora Maníaco do Parque tenha como foco principal os crimes de Francisco, o filme também traz à tona questões importantes sobre a violência de gênero e o papel da mídia na cobertura de crimes. A produção busca não apenas contar a história do assassino, mas também honrar a memória das vítimas, sem glorificar os atos violentos que marcaram o país.
O lançamento do filme chega em um momento em que o interesse por produções sobre crimes reais continua a crescer. O gênero “true crime” — que retrata a história de crimes reais — faz cada vez mais sucesso nos streamings, com um catálogo extenso de produções que buscam dissecar detalhe por detalhe de assassinatos, sequestros e da vida dos criminosos.
Para os assinantes da Amazon Prime Video, Maníaco do Parque já está disponível para streaming, trazendo uma experiência tanto perturbadora quanto reflexiva.
Assista ao trailer abaixo:
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