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domingo, 20 de outubro de 2024
Nomofobia

Como a dependência dos smartphones afeta a saúde mental

O medo intenso de ficar sem acesso aos dispositivos móveis revela um novo fenômeno que pode prejudicar relações pessoais e profissionais, principalmente entre crianças e adolescentes

Postado em 20 de outubro de 2024 por Luana Avelar

A presença constante de smartphones na vida cotidiana gerou um novo fenômeno de saúde: a nomofobia, caracterizada pelo medo intenso de perder o acesso a esses dispositivos. Derivada da expressão “no mobile phone phobia”, essa condição descreve a ansiedade que muitos sentem ao perder a conexão com seus aparelhos móveis. Para muitos, o smartphone tornou-se um elemento essencial, não apenas facilitando a comunicação e o acesso à informação, mas também servindo como um meio de entretenimento e organização do dia a dia. Esse receio de ficar sem o aparelho pode se manifestar de diversas maneiras, como a preocupação com a perda do celular, a falta de bateria ou a ausência de sinal.

Embora essa questão ainda não seja amplamente discutida, suas consequências para a saúde mental são preocupantes. A dependência do celular se torna uma questão de saúde quando começa a causar danos nas esferas pessoal e profissional. Quando a pessoa dedica mais tempo ao smartphone e negligencia outras áreas importantes da vida, pode estar enfrentando um problema. Reconhecer os sinais dessa condição pode ser complicado, já que muitos de seus sintomas podem se confundir com comportamentos comuns no uso de dispositivos móveis. Entretanto, alguns indicadores podem sinalizar a presença dessa questão, como a sensação de pânico ao perceber que o celular não está por perto, a necessidade de checar o dispositivo repetidamente, a priorização do uso do smartphone em detrimento de responsabilidades e pensamentos constantes sobre o aparelho e suas possíveis consequências. Além disso, o indivíduo pode apresentar sintomas físicos, como palpitações e dificuldade para respirar ao ficar sem o dispositivo.

Esses comportamentos revelam uma dependência emocional e psicológica que pode afetar a qualidade de vida do indivíduo. O medo excessivo de ficar sem o celular pode evoluir para outros problemas de saúde mental, como depressão e síndrome do pânico, e pode levar ao isolamento social, uma vez que o indivíduo se distancia de interações presenciais, preferindo as virtuais.

Estudos mostram que tanto crianças quanto adultos podem desenvolver essa aversão, mas as crianças são especialmente suscetíveis. Isso se deve ao fato de estarem em uma fase de desenvolvimento em que a aceitação social e a influência dos pares são mais marcantes. O uso frequente do celular para comunicação e entretenimento se torna uma forma de pertencimento, mas também pode acentuar a ansiedade. A dependência dos dispositivos móveis pode ter impactos negativos no desenvolvimento social e educacional das crianças, enquanto os adultos enfrentam dificuldades em suas relações e no ambiente de trabalho.

As causas dessa condição são diversas e incluem a crescente dependência das tecnologias, redes sociais e aplicativos de mensagens. A necessidade de estar sempre conectado e a pressão social para responder rapidamente a mensagens e notificações alimentam esse comportamento. Pessoas com histórico de ansiedade ou baixa autoestima podem ser mais propensas a desenvolver esse medo irracional. O tratamento para essa questão geralmente envolve abordagens psicoterapêuticas, sendo a terapia cognitivo-comportamental (TCC) uma das mais recomendadas. Essa terapia foca em identificar e modificar os padrões de pensamento que contribuem para a dependência do celular. Uma rede de apoio, que pode incluir familiares e amigos, é fundamental para a superação do transtorno. Centros de saúde mental e clínicas de psicologia são opções para quem busca tratamento.

Além disso, práticas de autocuidado, como meditação, exercícios físicos e a busca por hobbies que não envolvam tecnologia, podem auxiliar na redução da dependência e melhorar a saúde mental. Para aqueles que desejam moderar o uso do celular, especialistas sugerem a definição de horários para utilizá-lo, evitando o uso em momentos como refeições e antes de dormir, e a desativação de notificações desnecessárias. Praticar exercícios de mindfulness pode ajudar a reduzir a ansiedade associada ao uso do dispositivo, enquanto dedicar tempo a atividades offline pode ser uma forma eficaz de se desconectar.

 

 

 

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