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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Falência hepática

Consumo de paracetamol gera debate sobre eficácia e riscos à saúde

Amplamente utilizado no mundo, o medicamento é associado a falência hepática em casos de overdose, enquanto estudos questionam sua eficácia em certos tipos de dores

Postado em 22 de outubro de 2024 por Luana Avelar

O paracetamol, disponível livremente em farmácias sem receita médica, é um dos medicamentos mais consumidos no mundo. Estimativas apontam que, nos Estados Unidos, são vendidas cerca de 49 mil toneladas anuais, o que equivale a 298 comprimidos por pessoa. No Reino Unido, a média é de 70 comprimidos por habitante ao ano. Embora esteja no mercado há mais de um século, seu mecanismo de ação ainda não é completamente entendido pelos cientistas.

Pesquisas indicam que o paracetamol pode interferir na ação de enzimas chamadas ciclooxigenases, responsáveis pela dor e aumento da temperatura corporal. No entanto, a eficácia do medicamento varia. Estudos mostram que ele não apresenta efeitos superiores ao placebo para tratar dores lombares e relacionadas ao câncer. Em casos de artrite no joelho ou quadril, seu efeito é classificado como pequeno, mas há algum alívio para enxaquecas, dores pós-parto e pós-cirúrgicas.

Apesar de amplamente consumido e considerado seguro em doses corretas, o paracetamol apresenta sérios riscos em casos de overdose. Ele é a principal causa de falência hepática nos EUA e Reino Unido, devido à formação de uma substância tóxica no fígado quando consumido em excesso. Nos Estados Unidos, entre 1998 e 2003, a overdose de paracetamol foi responsável por quase metade dos casos de falência hepática aguda, sendo 48% acidentais.

A FDA, agência reguladora americana, estima que o remédio esteja presente em mais de 600 produtos farmacêuticos. O uso combinado com outros medicamentos aumenta o risco de overdose involuntária. Como resposta, desde 2011, foi limitada a dose de cada comprimido a 325 mg nos EUA, o que reduziu o número de hospitalizações relacionadas ao uso excessivo do medicamento.

No Brasil, a Anvisa já emitiu alertas sobre o consumo indiscriminado do paracetamol, reforçando a importância de seguir as orientações de uso presentes na bula e de buscar orientação médica em caso de dúvidas.

 

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