MPF cobra reparação do Banco do Brasil por envolvimento no sistema escravocrata
Instituição é criticada por medidas insuficientes e prepara plano de equidade racial enquanto entidades pedem ações concretas
O Ministério Público Federal (MPF) cobrou ações concretas de reparação do Banco do Brasil durante audiência pública no dia 22 de outubro, em razão da participação histórica da instituição no sistema escravocrata. Representantes do banco, João Alves e Nívia Silveira da Mota, afirmaram que um plano de equidade racial está em fase de elaboração por dez diretorias, mas o MPF considera as iniciativas insuficientes.
Até agora, a única medida efetiva foi o envio de uma carta com um pedido de desculpas aos movimentos negros, ação considerada simbólica pelo MPF. O procurador Jaime Mitropoulos, dos Direitos do Cidadão, destacou a necessidade de ações reparatórias que vão além do perdão. O inquérito foi instaurado em setembro de 2023 e ainda não há clareza sobre a resposta do banco às recomendações do MPF.
A audiência contou com a presença de representantes do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), além de organizações como o Movimento Negro Unificado (MNU) e a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). Todas as entidades reforçaram a urgência de medidas concretas.
Em agosto, o MPF recomendou que o Banco do Brasil destinasse recursos para um Programa de Reparação, a ser lançado no dia 20 de novembro. O objetivo é promover diálogos e estabelecer ações para 2025/2026.