90% dos casos de AVC podem ser prevenidos com hábitos saudáveis
No Brasil, além de ser muito prevalente, o Acidente Vascular Cerebral (AVC ou derrame) é responsável por mais de 100 mil mortes anuais; saiba dicas de como se prevenir
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o dia 29 de outubro como o Dia Mundial do AVC, uma data dedicada a alertar a população sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame. Essa é a segunda causa de morte no mundo e a principal de incapacidade entre adultos. O objetivo da campanha é conscientizar sobre as consequências da doença, seus fatores de risco e as medidas preventivas que podem salvar milhares de vidas.
O AVC é uma doença silenciosa e mortal, causando mais mortes anuais do que doenças como AIDS, tuberculose, malária e dengue combinadas. A cada seis segundos, uma pessoa no mundo perde a vida por causa do AVC, segundo a Organização Mundial do AVC.
Em 2018, foram registrados 14,5 milhões de casos, com 5,5 milhões de mortes globalmente. Além das fatalidades, o impacto social entre os sobreviventes é significativo: 75% das vítimas não conseguem retornar ao trabalho, entre 30% e 40% tornam-se dependentes de familiares ou cuidadores, e 34% desenvolvem algum grau de demência no primeiro ano após o episódio.
Fatores de risco e prevenção
O AVC pode ocorrer em qualquer idade e com qualquer pessoa, sendo a hipertensão arterial o principal fator de risco, seguido por arritmias cardíacas, diabetes, tabagismo, colesterol alto e obesidade. Outros fatores, como idade, raça e genética, também podem influenciar. Porém, 90% dos casos de AVC podem ser prevenidos. A adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, prática regular de atividades físicas e a não exposição a substâncias como tabaco e álcool, é essencial para reduzir o risco de um AVC.
Os tipos de AVC – O AVC ocorre quando há alterações no fluxo sanguíneo no cérebro, seja por obstrução ou rompimento de vasos sanguíneos, podendo ser de dois tipos:
- AVC isquêmico: ocorre devido ao entupimento de vasos sanguíneos em uma área do cérebro.
- AVC hemorrágico: ocorre quando um vaso intracraniano se rompe, causando sangramento.
Reconhecendo os sintomas – Saber identificar os sinais de um AVC é fundamental para a eficácia do tratamento. Entre os sintomas mais comuns estão: fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender a fala, perda súbita de visão, tontura, perda de equilíbrio e dor de cabeça intensa e repentina.
Em casos suspeitos, deve-se pedir que a pessoa eleve os braços, verificar se um deles está fraco e avaliar se há dificuldade para falar. Ao notar algum destes sinais, é importante buscar ajuda médica imediatamente, pois o AVC é uma emergência médica e o atendimento rápido pode reduzir sequelas.
Tratamento e reabilitação
“O AVC não é mais aquela doença sem solução que conhecíamos no passado. Hoje, com o avanço das tecnologias, podemos tratá-la com técnicas como a trombólise química, que dissolve o coágulo causador do AVC, e a trombectomia mecânica, que remove o coágulo mecanicamente das artérias cerebrais”, explicou o neurologista e professor do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Dr. Jamary Oliveira Filho. Intervenções realizadas nas primeiras horas são mais eficazes, reforçando a necessidade de protocolos ágeis para o diagnóstico e tratamento.
Após o tratamento inicial, a reabilitação é essencial para a recuperação do paciente. Contar com uma equipe multiprofissional, formada por neurologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, contribui para um processo de reaprendizagem que, embora muitas vezes longo, oferece melhores perspectivas de qualidade de vida e autonomia.
A prevenção continua sendo o método mais eficaz para reduzir os impactos do AVC. Adotar bons hábitos, como evitar o tabaco, reduzir o consumo de álcool, manter uma dieta saudável, controlar a pressão e a glicose e praticar exercícios físicos, é essencial para proteger a saúde e minimizar os riscos de ser afetado pela doença.
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